Apneia aumenta risco de demência

10 de agosto de 2011

Mulheres mais velhas que sofrem de apneia do sono, caracterizada por interrupção da respiração e do sono e pela redução no consumo de oxigênio, são cerca de duas vezes mais propensas a desenvolver demência dentro de cinco anos, de acordo com um estudo liderado por pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos.

A descoberta, publicada na revista “American Medical Association”, mostrou pela primeira vez o que especialistas do sono têm suspeitado há bastante tempo, mas não provaram: que a apneia do sono, também conhecida como distúrbios respiratórios do sono, pode privar o cérebro e outros órgãos do oxigênio de que necessitam e pode, ao longo do tempo, iniciar uma queda da capacidade cognitiva.

- Este é o primeiro estudo a mostrar que apneia do sono pode levar a comprometimento cognitivo – disse a autora do estudo, Kristine Yaffe, professora de psiquiatria, neurologia e epidemiologia na Universidade da Califórnia. – Isso sugere que há uma ligação biológica entre sono e cognição e também indica que o tratamento da apneia do sono pode ajudar a prevenir ou retardar o início de demência em adultos mais velhos. Enquanto não podemos concluir, a partir desses resultados, que a apneia do sono causa comprometimento cognitivo, nosso estudo sugere que ela pode, pelo menos, ser um fator de contribuição.

Em pessoas com apneia do sono, as vias aéreas que ligam os pulmões ao nariz e à boca entram em colapso enquanto a pessoa dorme, interferindo na capacidade de inalação. Esses indivíduos geralmente roncam, e costumam acordar muitas vezes à noite por pequenos períodos de tempo.

Pesquisas anteriores indicavam uma associação entre a apneia do sono e a demência, mas esses estudos não foram elaborados para acompanhar o impacto do distúrbio em pessoas que tinham habilidades cognitivas normais no início do acompanhamento. Foram analisadas durante cinco anos 298 voluntárias sem qualquer sinal de demência.


Fonte: O Globo

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