Estudo relaciona apneia do sono à perda de audição

25 de janeiro de 2012

Um estudo publicado no Archives of Otolaryngology – Head & Neck Surgery estabeleceu uma relação entre a apneia do sono e a perda repentina da audição, mal que atinge quatro mil pessoas anualmente nos Estados Unidos, segundo o National Institutes of Health. A análise foi liderada por pesquisadores da Taipei Medical University Hospital, em Taiwan.

Foram analisados dados médicos de 3.200 taiwaneses com perda repentina de audição entre 2000 e 2008. Cada paciente foi comparado a outros cinco da mesma idade e sexo, mas sem problemas de surdez. No total, foram examinadas 19 mil pessoas. Dessas, 240 foram diagnosticadas com apneia do sono e, posteriormente, um episódio de perda de audição repentina.

Em seguida, os especialistas analisaram os hábitos de vida desses indivíduos que poderiam ter ligação com problemas para dormir e de audição, como obesidade e problemas cardíacos. A diferença absoluta entre os dois grupos não foi tão divergente.

Apenas 1,7% das pessoas com perda de audição tinham apneia do sono, enquanto que 1,2% com problemas para dormir não tinham problemas de surdez. Entretanto, eles descobriram que homens com perda repentina de audição tinham uma probabilidade 48% maior de ter apneia do sono em comparação aos demais pacientes.

Os pesquisadores acreditam que a apneia do sono, conhecida por aumentar o acúmulo de placas nos vasos sanguíneos, pode afetar vasos em regiões do cérebro que controlam a audição ou ainda vasos que nutrem os nervos responsáveis pela audição.

Apneia do sono triplica risco de derrame em homens

A apneia do sono também pode triplicar os riscos de derrame em homens, de acordo com estudo feito pela Universidade Western Reserve, nos Estados Unidos, que analisou mais de 5.400 pessoas com idade acima dos 40 anos que não tinham histórico de acidente vascular cerebral.

O estudo, publicado no American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine, também mostrou que o aumento do risco de AVC em mulheres com apneia do sono foi significativo apenas em casos de apneia grave.

Para chegar a essas conclusões, os pesquisadores submeterem os participantes a um teste padrão de sono em casa, para determinar se eles tinham apneia do sono e determinar o grau de gravidade. Depois, os pacientes foram acompanhados por cerca de nove anos e, durante esse período, 193 tiveram derrames, 85 homens de 2.462 inscritos e 108 mulheres em 2960.

De acordo com os pesquisadores, apesar dos dados apontarem que mais mulheres tenham sofrido um AVC, em comparação com os homens que não sofrem com o problema da apneia, os números de derrame do público masculino foram relativamente maiores.

Os cientistas disseram que a causa mais provável desses resultados, está ligada a maior duração da apneia do sono em homens do que em mulheres. Além disso, os homens podem desenvolver a síndrome mais cedo e, por isso, ficam mais tempo sem tratamento, uma vez que as complicações só começam a aparecer em idade avançada.

Mais de 15 milhões de acidentes vasculares cerebrais ocorrem em todo mundo a cada ano e, cerca de um terço são fatais. O estudo mostrou que o aumento do risco de derrame em pessoas com apneia existe mesmo sem outros fatores de risco, como peso, pressão elevada, diabetes e tabagismo.

Pesquisas anteriores já mostraram que essa síndrome obstrutiva do sono está associada também ao aumento dos riscos de hipertensão, ataque cardíaco, irregularidade nos batimentos do coração, obesidade e diabetes.

Os médicos ressaltaram, em comunicado à imprensa, que a investigação sobre os efeitos da apneia é importante para obter uma maior compreensão de como o sono afeta a saúde, e assim, a ciência descobre possibilidades de tratamentos que prolonguem a vida das pessoas.


Fonte: Minha Vida

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