Tomar a vacina da gripe é a melhor prevenção contra o vírus A (H1N1)
29 de outubro de 2012O vírus da gripe A (H1N1), que causou uma epidemia mundial em 2009, continua circulando pelo Brasil, e os casos voltaram a crescer.
Em 2012, segundo o Ministério da Saúde, já foram registradas mais mortes que em todo o ano passado. Santa Catarina é o estado com mais mortes de janeiro a junho: 38.
A infectologista Rosana Richtmann e o pneumologista Luiz Vicente Ribeiro reforçaram no Bem Estar desta terça-feira (3) que a vacina é a melhor estratégia disponível para prevenir esse tipo de gripe e suas consequências. Na opinião dos médicos, o álcool em gel para lavar as mãos também é melhor que água e sabão porque mata 100% os vírus e bactérias.
Mas, apesar de o Brasil ter atingido 80% da população com a campanha de vacinação deste ano, essa porcentagem não é a mesma em algumas regiões.
Em São Paulo, por exemplo, a cobertura ficou apenas em 73,2%. Segundo especialistas, esse aumento no número de mortes pode ser atribuído a essa falta de imunização.
Durante a campanha, que já se encerrou, a vacina fica disponível de graça nos postos de saúde para idosos, crianças pequenas, gestantes, profissionais de saúde e populações indígenas.
Apenas 71% das grávidas se vacinaram até agora, quando o esperado era no mínimo 80%.
Mesmo quem não pode receber a vacina pelo Sistema Único de Saúde (SUS) pode tomar, mas precisa pagar. O preço varia de R$ 50 a 70 nas clínicas particulares.
Segundo a infectologista Rosana Richtmann, a vacina está em falta na rede privada por causa da grande procura. Mas ela espera que, em breve, aconteça o reabastecimento.
Ela informou também que não há contraindicação para se vacinar.
Tipos de vírus
Os vírus influenza são da família dos ortomixovírus e se subdividem em três tipos: A, B e C, de acordo com sua diversidade. Todos podem sofrer alterações.
O tipo A é o mais mutável e, por isso, as pandemias estão mais associadas a esse vírus.
A maioria das pessoas infectadas se recupera da gripe em até duas semanas sem tratamento médico.
Mas, no caso de crianças muito pequenas, idosos, grávidas e portadores de quadros clínicos especiais, a infecção pode levar a formas clinicamente graves, pneumonia e morte.
O controle requer uma vigilância qualificada, somada a imunizações anuais, direcionadas especificamente a esses grupos de maior vulnerabilidade.
Sintomas e transmissão
Os sintomas da gripe, muitas vezes, são semelhantes aos do resfriado: comprometimento das vias aéreas superiores, com congestão nasal, tosse, rouquidão, febre variável, mal-estar, dor muscular e dor de cabeça.
Fique atento para sinais de piora, como falta de ar. Quanto mais cedo for usado um antiviral distribuído pelo Ministério da Saúde, mediante receita médica, melhor.
A infectologista Rosana Richtmann recomenda que o remédio seja tomado nas primeiras 48 horas após o surgimento dos sintomas. Isso ajuda a abreviar a doença e minimizar as chances de transmissão. É importante procurar um médico.
Quem já teve a gripe H1N1 já criou anticorpos e, caso volte a ter a mesma gripe, terá com menor intensidade. Uma das dicas para se prevenir é deixar os ambientes arejados. O vírus precisa de uma distância de mais ou menos 1 metro para ser transmitido e consegue sobreviver até 7 horas fora do corpo.
Essa transmissão ocorre por meio de secreções das vias respiratórias da pessoa contaminada através da fala, tosse ou espirro. Por isso, é importante virar a boca ou o nariz ou usar os braços, não as mãos, para impedir que o vírus se espalhe.
Essa recomendação de não utilizar as mãos para evitar a disseminação do vírus acontece porque as pessoas podem se infectar através das mãos. Elas podem levar o agente infeccioso até a boca, olhos ou nariz por causa do contato com superfícies recém-contaminadas.
Para prevenir, os infectologistas recomendam lavar as mãos e evitar o compartilhamento de objetos. O álcool gel também pode ser usado após a tosse ou o espirro – inclusive, ele é mais recomendado pelos médicos do que o sabão. Higienizar as mãos, no mínimo, 5 vezes ao dia é um número adequado.
Fonte: G1