Preço de remédios para rinite varia 230%

5 de novembro de 2012
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Um remédio para contornar os sintomas da rinite alérgica pode custar mais de três vezes o preço do concorrente, segundo um estudo feito pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Assim, o custo do tratamento mensal da rinite pode variar de R$ 40 a R$ 130. Entre medicamentos com o mesmo princípio ativo, as diferenças chegam a 140%.

O boletim “Saúde & Economia” compara os preços de 13 anti-histamínicos orais para adultos e nove infantis –genéricos, similares e medicamentos de referência.

Foram considerados os preços máximos autorizados no mercado para os produtos de segunda geração, os mais modernos contra a doença.

Apesar da disparidade, aponta a Anvisa, não há evidências científicas que indiquem uma superioridade terapêutica entre os produtos.

“A principal conclusão é que, para rinite alérgica, há várias opções terapêuticas, princípios ativos e preços diferenciados. E, como não há evidência de superioridade, é relevante levar o custo em consideração”, diz Gabrielle Troncoso, gerente de avaliação econômica de novas tecnologias da Anvisa.

A rinite é uma inflamação da mucosa nasal, que se estende até os seios da face. Tem como sintomas comuns o entupimento nasal, a secreção, os espirros e a coceira.

A forma alérgica da doença é desencadeada pela reação exagerada da pessoa a uma substância, diz a médica Fátima Fernandes, presidente da regional São Paulo da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia.

Os anti-histamínicos estudados pela Anvisa, explica a médica, minimizam os sintomas da rinite alérgica –mas não atuam na origem dela.

DIFERENÇAS

Segundo Fernandes, os remédios listados pela Anvisa apresentam eficácia semelhante quando se analisam grupos de pacientes. “Qualquer um deles está perfeitamente indicado para o tratamento inicial de uma rinite.”

Individualmente, porém, continua a médica, as respostas dos pacientes podem variar com cada substância.

Assim, médicos acabam indicando produtos ou marcas nas quais mais confiam e trocam a medicação se o paciente não se deu bem com ela.

Um efeito a ser considerado, por exemplo, é a potencial sonolência provocada pelo uso desse tipo de produto.

Evitar problemas como sonolência e interação com outros medicamentos é, justamente, um dos pontos promovidos pela empresa que lançou no país, neste ano, a substância mais nova entre as analisadas –a bilastina.

OUTRO LADO

A MSD, responsável pelo Desalex (remédio de referência na categoria, listado como mais caro para adultos), afirma ter um programa de descontos para alguns remédios por meio de cadastro no site –o anti-histamínico citado tem desconto de 35%.

A Sanofi, que comercializa o medicamento de referência Allegra (54% mais caro que a sua versão genérica para adultos), afirmou que o preço do remédio segue as regras do setor. A empresa informou não ser possível fazer comparações com genéricos, que por lei devem ser pelo menos 35% mais baratos.


Fonte: UOL

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