Mudar hábitos e ir ao médico ao ter qualquer sintoma evita riscos à saúde
7 de março de 2014Mudar os hábitos de vida nunca é uma tarefa fácil, mas existem casos em que a mudança é necessária e pode trazer muitos benefícios e qualidade de vida. No caso de pessoas que fumam, comem muita gordura ou são sedentárias, por exemplo, cada dia a mais levando esse estilo de vida pode significar prejuízos irreversíveis à saúde no futuro – por isso, o quanto antes a mudança for feita, melhor.
Segundo o cardiologista Roberto Kalil, além da mudança de hábitos, é essencial ainda procurar um médico ao primeiro sinal de algo errado – um problema tratado no início tem muito menos chances de se tornar algo mais grave do que se for tratado em um estágio avançado. No caso do coração, por exemplo, um resultado de exame que mostre as taxas de colesterol muito altas já é um fator que exige tratamento e, se for o caso, não chega nem a prejudicar a saúde cardíaca. Se os sintomas forem ignorados, no entanto, o paciente pode chegar a ter uma parada cardíaca ou um infarto, como alertou o médico.
No caso do vendedor Sandro Fabrício da Silva, de 39 anos, só a descoberta do colesterol alto não foi suficiente para mudar os hábitos de vida. A família fez um tratamento de choque para convencê-lo a largar o sedentarismo e adotar uma alimentação saudável.
Para abrir a mente de Sandro, o patologista Paulo Saldiva mostrou a diferença entre um coração normal e um coração com problemas. De acordo com o especialista, o excesso de gordura pode levar a uma falta de espaço para o sangue passar, o que pode causar um infarto e até um quadro de morte súbita – informações que assustaram o vendedor, que prometeu que vai se preocupar mais com a saúde, como mostrou a reportagem.
No caso da saúde do ouvido, o pior prejuízo é a surdez – segundo a otorrinolaringologista Tanit Sanchez, é importante buscar ajuda ao primeiro sinal de zumbido.
Uma das formas de tratar o zumbido é colocar chiados ou sons neutros no dia a dia do paciente, para que ele ouça o dia inteiro, principalmente no momento em que o zumbido mais incomoda. Podem ser usados ainda aparelhos auditivos, iguais aos de surdez, para treinar o cérebro a sons diferentes, segundo a especialista.
Porém, a eficácia desses tratamentos é maior se o problema for detectado no início, como alertou a médica. Outro problema que pode atingir o ouvido é a alucinose auditiva, quando o paciente escuta sons que nunca existiriam.
Segundo a otorrinolaringologista, esse fenômeno acontece porque o cérebro cria uma informação que não ocorreu e emite uma espécie de som interno para ela. A alucinose pode estar relacionada a três condições – perda auditiva, quando o cérebro sente a necessidade de compensar o ouvido que não está funcionando; problemas de memória, como se a informação estivesse sendo descartada; ou depressão, que causa uma confusão cerebral.
No entanto, isoladamente, a alucinose auditiva não chega a representar um sinal de alerta de saúde, como alertou a médica. O problema é se ela vier acompanhada de outros sintomas, o que pode significar uma alucinação, quando o paciente de fato acredita que o que ouve e vê é real e interage com aquilo – nesse caso, é importante procurar imediatamente um médico.
Outro problema é o vício pelo cigarro. Segundo o pneumologista Rafael Stelmach, o fumo traz problemas de saúde para o pulmão, coração, fígado, rim e diversos outros órgãos. O perigo é que o paciente pode não sentir nada a princípio, mas no futuro, pode ter uma doença muito grave e até perder parte do pulmão.
No caso do aposentado Silas Alberto Teixeira, que fumou por quase 50 anos, a mudança veio após uma entrevista para a TV, quando ele se convenceu de que precisava mudar e largou o cigarro. Porém, alguns danos foram irreversíveis e ele ficou com algumas complicações no pulmão, como mostrou a reportagem da Natália Ariede. Mesmo com esses problemas, ele teve melhoras significativas em outras partes da vida, como na respiração e no sono, por exemplo. Além disso, ele começou a fazer mais exercício físico, um dos grandes aliados de quem quer viver mais e com mais saúde, como recomendou o cardiologista Roberto Kalil.
Fonte: G1