Pesquisa revela confusão dos brasileiros com sintomas clássicos da asma
25 de setembro de 2015Falta de ar, tosse, chiado no peito, muco e coriza afetam milhões de brasileiros. O problema é quando a população desvaloriza esses sintomas, característicos de uma doença grave e muito comum: a asma. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), existem cerca de 300 milhões de asmáticos no planeta. A incidência é mais comum em países ricos, atingindo de 1% a 18% da população. No Brasil, são cerca de 20 milhões, ou seja, 10% da população. Pesquisa do Ibope, encomendada pelo Boehringer Ingelheim, laboratório com atuação em doenças respiratórias, ouviu 2.010 pessoas em todas as regiões brasileiras para entender como o brasileiro percebe sua saúde respiratória. Os resultados revelam muita confusão entre conceitos e uma falsa sensação de controle da doença, o que pode representar risco de vida para esses pacientes.
Quarenta e quatro por cento dos entrevistados afirmaram ter sintomas respiratórios como tosse, falta de ar, chiado no peito e coriza, percebidos como manifestações de asma, bronquite e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Dos que relataram os sintomas, 35% afirmam ter asma e 37%, bronquite crônica. O pneumologista Clystenes Odyr Soares, professor da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), chama atenção para a quantidade de pessoas que alegaram ter bronquite crônica, doença bem menos frequente e relacionada a anos de tabagismo. “É bem provável que a bronquite crônica mencionada nos resultados seja, na verdade, asma, principalmente se os primeiros sintomas tiverem surgido ainda na infância, como é o caso de 73% dos entrevistados que responderam ter bronquite”, observa o especialista.
Esse tipo de confusão é bem comum entre os leigos e, segundo Clystenes Soares, o nome que se dá pouco interessa, sendo realmente importante que a pessoa procure ajuda especializada e não desvalorize os sintomas. “O quadro existe, independentemente do nome que os leigos dão a ele. Percebemos um certo preconceito com o termo asma: as pessoas consideram mais grave, lembram que é uma doença sem cura e preferem chamá-la de bronquite alérgica. Mas, do ponto de vista médico, é asma mesmo, uma doença de natureza alérgica, de predisposição genética, vinculada a fatores ambientais, que predomina na infância dos meninos e na vida adulta das mulheres, sendo esses pacientes sensíveis a produtos químicos e mudanças climáticas”, explica.
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