Pesquisa aponta que tumores na tireoide podem ser benignos

4 de maio de 2016
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Câncer de tireoide é o mais comum nas mulheres, mas uma nova pesquisa recomenda que alguns tumores sejam classificados como benignos. A função da tireoide é produzir hormônios do nosso metabolismo. Temperatura corporal, memória e até o humor podem ser afetados.  atologistas de sete países participaram da pesquisa. A grande conquista desta descoberta é que os pacientes com esse tipo de câncer não precisarão mais retirar toda a tireoide e nem fazer a terapia com iodo radioativo, que causa um certo incômodo.

Todos os nódulos são perigosos ?

Esta é a pergunta mais freqüentemente ouvida quando o (a) paciente descobre que o seu médico verificou que existe um nódulo na tiróide e que o exame de ultra sonografia confirmou o fato. Vamos, em seguida, dar alguns dados que ajudam a responder a pergunta que encabeça este texto.

O câncer de tiróide é muito comum ?

Na maioria dos países onde existe estatísticas válidas e atualizadas o câncer de tiróide é encontrado em cerca de 1 a 2% dos adultos (> 16 anos).
Nos Estados Unidos o número de casos novos em 2001atingiu 22.000 pessoas com aproximadamente 1800 mortes por ano devido a esta moléstia.

A forma mais comum (80%) é o carcinoma papilífero que é de evolução lenta e cujo tratamento é altamente eficaz quando detectado precocemente. Cerca de 15% dos pacientes apresentam o chamado carcinoma folicular que, igualmente, é de evolução lenta mas pode se espalhar pelo corpo (metástases).
Dois outros tipos de câncer da tiróide (anaplásico e o carcinoma medular) são mais agressivos e potencialmente mais perigosos.( cerca de 5%)

Quem poderia estar sujeito a apresentar Câncer de Tiróide ?

A resposta é óbvia: qualquer ser humano adulto pode apresentar câncer de tiróide.
As crianças e adolescentes raramente apresentam este tipo de tumor, exceto quando recebem radiação (radioatividade externa) na região do pescoço.

Durante as décadas de 1920 até 1960 era comum a radioterapia do timo (glândula que fica aumentada em crianças e regride espontaneamente), radioterapia de amídalas, para acne e outras indicações. Naquela época os médicos achavam que esta forma de tratamento era segura.

No entanto verificou-se, mais tarde, que 40% das crianças e adolescentes submetidos a esta radioterapia apresentavam, na idade adulta, nódulos na tiróide. Em grande parte dos casos estes nódulos eram malignos.

Na população adulta, os mais jovens (ao redor dos 20 anos) e os idosos (mais de 50 anos) estão mais sujeitos a ter câncer de tiróide, se aparecer nódulo na tiróide. Pode-se, também, afirmar que a probabilidade de um nódulo da tiróide albergar um câncer é mais elevada no homem, comparativamente à mulher.

Que história é esta de nódulo frio e nódulo quente ?

Os nódulos da tiróide não funcionam como o tecido tiroidiano normal. Quando se administra uma substância radioativa (como iodo radioativo) os aparelhos apropriados (gama câmera) mostram o contorno, o tratamento e a capacidade do nódulo absorver o iodo radioativo. Quando o nódulo é capaz de concentrar de forma eficaz maior quantidade do elemento radioativo, comparativamente ao tecido normal, é chamado de nódulo “quente”, os quais são benignos (constituem 10% dos nódulos). Cerca de 90% dos nódulos da tiróide são incapazes de absorver a substância radioativa (iodo) e comparativamente ao tecido normal, apresentam-se “frios”, isto é, com pouca radioatividade. A estatística mostra que cerca de 10-14% destes nódulos são cancerosos.

Como os médicos diagnosticam o câncer da tiróide ?

Vários testes são usados mas os principais são:
Iodo radioativo: já foi muito usado para verificar se o nódulo é “quente” ou “frio”.

A validade deste teste é para nódulos tiroideos relativamente grandes (>2cm). Ultra sonografia do pescoço está cada vez mais empregada pela facilidade do exame, pelo resultado imediato e pela enorme quantidade de informações que o médico pode obter.

O princípio é fácil de entender: o médico passa no pescoço uma geléia para facilitar o contato da pele com o transdutor (que emite sons de elevada freqüência).

As ondas sonoras refletem-se nas estruturas do pescoço e a imagem é vista na tela de um aparelho tipo televisão.

A ultra sonografia permite verificar se o nódulo é sólido ou cístico (cheio de líquido), se tem bordas definidas ou borradas, se tem calcificações (depósito de cálcio) ou não, se está aderente a músculo, traquéia, vasos, etc.

Os nódulos císticos raramente são cancerosos. No caso de nódulos sólidos existem várias características que tornam mais suspeito e o médico poderá indicar ou não o exame seguinte.

O que é aspiração de células do nódulo mediante agulha ?

Parece um exame doloroso, causando receio ao (a) paciente. Mas não é.
A pele do pescoço é pouco enervada e, comparativamente à ponta dos dedos por exemplo, é muito mais sensível à dor.

Uma agulha fina e siliconizada, acoplada à seringa, é inserida no nódulo (sob controle de ultrasom) e as células aspiradas são examinadas no microscópio. Cerca de 20% dos nódulos sólidos podem ser malignos, após o exame das células.

Combinando o exame ultrasonográfico e o citológico (células) os médicos podem chegar a 90-95% de certeza se o nódulo é benigno ou maligno.

Como os nódulos são tratados ?

Quando os exames confirmam que o nódulo é benigno o médico pode indicar tratamento com pílula diária de tiroxina (hormônio da tiróide).

Este tratamento contínuo pode reduzir o volume do nódulo (em 50% dos casos) ou fazer o tratamento preventivo de aparecimento de novos nódulos.

Quando o nódulo continua crescendo ou quando o exame das células é considerado suspeito para câncer, deve-se realizar a operação.

A cirurgia também é indicada por sintomas compressivos no pescoço e por motivos estéticos, nódulo visível a olho nu no pescoço do(a) paciente.

Nódulos de conteúdo líquido (cistos) que se refazem após repetidos esvaziamentos com agulha fina guiada por ultra sonografia, também têm indicação de cirurgia.

A técnica de injeção de etanol nestes cistos, após o esvaziamento do conteúdo líquido destes nódulos, vem reduzindo acentuadamente a necessidade de cirurgia nestes nódulos.
O etanol diminui bastante a chance de que o líquido se refaça no interior do nódulo.

Quando os testes indicam que o nódulo seja ou possa ser maligno, o médico recomendará cirurgia (situações especiais como gravidez por exemplo, deve ser discutida com o seu médico).

O objetivo da cirurgia é remover o máximo possível de tecido canceroso. Se o câncer foi diagnosticado em um estágio precoce, no qual ainda é confinado à glândula tiróide, a cirurgia é quase sempre curativa.

No carcinoma papilífero, geralmente os pacientes ficam bem após a cirurgia, mesmo que o câncer tenha se espalhado para gânglios linfáticos no pescoço.
O cirurgião inicia a cirurgia removendo um lobo tiroidiano.

A análise por congelação deste tecido tiroidiano, dirá ao cirurgião se no lobo removido havia tecido benigno ou maligno. Sendo maligno, toda ou quase toda a tiróide será removida.

Se o câncer já tiver se espalhado, os gânglios linfáticos do pescoço serão removidos também.
Além disto, em seis semanas após a cirurgia o(a) paciente poderá ser submetido(a) a radioiodoterapia, para destruir qualquer tecido canceroso que possa ter ficado remanescente.

O que acontece após a cirurgia ?

Após a cirurgia, o(a) paciente deve ficar no hospital por 2 dias. Ele(a) também será dispensado(a) do trabalho (de 1 a 4 semanas, conforme o grau de esforço físico do trabalho).

A maioria dos pacientes não apresentam problemas com a fala ou deglutição após a cirurgia, e a dor pós operatória é mínima.
Em pacientes com câncer de tiróide, uma cintilografia será feita após 6 semanas para detectar tecido tiroideano remanescente que necessite ser tratado com radioiodoterapia.

Todos os pacientes com câncer de tiróide precisarão tomar pílulas de hormônio tiroideano (tiroxina) a vida inteira.

Alguns pacientes que tiveram nódulos benignos removidos cirurgicamente, também precisarão tomar tiroxina, a fim de prevenir o aparecimento de novos nódulos na porção da glândula tiróide remanescente.

Todos os nódulos de tiróide são câncer ?

Não.
Acima foi explicado como os médicos fazem para descobrir se um nódulo é maligno ou benigno. A seguir as chances estatísticas de um nódulo ser maligno serão detalhadas.
Nódulos de tiróide ocorrem em 4 a 7% da população.

Cerca de 85% destes nódulos são benignos e geralmente não precisam ser retirados cirurgicamente.

Os nódulos malignos representam 5 a 15% de todos os nódulos de tiróide.

 

Fonte: G1 e Indatir

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