Dia Mundial da Voz 2013

16 de abril de 2013
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No dia 16 de abril comemora-se o Dia Mundial da Voz, e aproveitando o marco relacionamos dicas para você se informar, conhecer e cuidar um pouco mais de sua voz.

Como cuidar da sua voz
O que é a voz?
Pode considerar-se a Voz como o som resultante da vibração das cordas vocais, provocada pela passagem do ar, através da laringe, no momento em que as duas cordas se aproximam. Este som será posteriormente modelado pelas cavidades de ressonância (faringe, cavidade bucal e fossas nasais).

A Voz é a forma mais comum de comunicação, sendo da maior importância nas relações sociais e na vida profissional. Só usando a voz de uma forma correcta e tendo cuidados com a sua utilização é possível manter uma “voz saudável” durante toda a vida.

 

Terei algum problema de voz?
As alterações vocais são habitualmente referidas como rouquidão (disfonia), podendo alguns descrevê-las como “voz áspera”.

Podem também traduzir-se por uma série de sinais, por vezes só valorizáveis pelo próprio, nomeadamente: afonia, fadiga vocal, alterações na tonalidade, dor ou “mal-estar” com características e intensidades variáveis.

Em alguns casos, podem surgir dificuldades no canto, em particular, na emissão de sons mais agudos.

O aparecimento de expectoração com sangue, exige uma observação urgente por um Otorrinolaringologista.

 

Causas mais frequentes de alterações na voz
As infecções respiratórias superiores associam-se, muitas vezes, a alterações da voz que podem prolongar-se durante duas semanas.

É o que sucede com um síndroma gripal ou com uma banal “constipação”, em que as cordas vocais ficam edemaciadas o que prejudica a sua vibração.

O repouso vocal permite, na maioria dos casos, a recuperação.

Se esta não se verificar dentro de duas a quatro semanas, a observação por um Otorrinolaringologista torna-se indispensável, sendo ainda mais urgente nos fumadores.

A alteração na voz constitui um dos primeiros sinais, senão o mais importante, dos tumores da laringe e o diagnóstico precoce aumenta a probabilidade de cura.

 

Analise a sua voz e responda a estas 6 questões

A sua voz tornou-se rouca ou áspera?
Sente por vezes irritação, dor ou tensão ao falar?
Tem que fazer mais esforço para falar?
Sente necessidade de pigarrear frequentemente?
Perguntam-lhe muitas vezes se está “constipado” quando de facto não está?
Nota que perdeu a capacidade de emitir sons agudos quando canta?

Se tem 1 ou mais questões em falha procure um Otorrinolaringologista.

 

Como manter uma voz saudável
As alterações da voz manifestam-se habitualmente por rouquidão, alterações no timbre, instabilidade nas características vocais e por fadiga vocal.

Estas alterações têm causas diversas podendo ser o resultado de esforços ou de abuso vocal, assim como de infecções, traumatismos ou tumores.

 

Beba água
Para ter uma “voz saudável” beba água (seis a oito copos diários), única forma de manter hidratadas as cordas vocais.

Mesmo quando emitimos apenas um som as cordas vocais vibram intensamente; a hidratação melhora a produção de muco contribuindo para a sua “lubrificação”.

Deve-se reduzir e em alguns casos evitar a ingestão de bebidas que podem provocar desidratação das cordas vocais (ex.: álcool, café e bebidas com cafeína, chá preto e bebidas gaseificadas).
Ao praticar desporto ou exercício físico deve-se beber uma maior quantidade de água.


Não fume
Não fume. É do conhecimento geral que o tabaco pode provocar cancro do pulmão e cancro da laringe. Tanto nos fumadores como nos “fumadores passivos” as cordas vocais sofrem uma “agressão” que se traduz por alterações persistentes na qualidade da voz.

 

Não esforce nem abuse da voz
Não se deve falar muito alto em locais ruidosos pois o ruído obriga a aumentar a intensidade da voz comprometendo a sua qualidade.

A sensação de “garganta seca”, cansaço vocal ou o aparecimento de rouquidão obriga a poupar a voz e a não falar.

Ao lidar com crianças, não se deve esforçar demasiado a voz.

Quando se tem que usar a voz com grande intensidade, como sucede ao falar no exterior, é preferível utilizar um sistema de amplificação.

Devemos procurar falar no nosso tom. Se esforçarmos a voz falando em tons mais graves ou mais agudos do que o normal, podemos provocar “traumatismos” nas cordas vocais, que vão provocar rouquidão (disfonia).

 

Deve-se evitar pigarrear
Ao pigarrear as cordas vocais batem uma na outra, agredindo-se mutuamente.

A rouquidão pode ser uma das consequências do pigarrear repetido.

Em vez de pigarrear, beba uma golo de água ou engula “em seco”. As causas mais frequentes que levam à necessidade de pigarrear são o refluxo gastro-esofágico, o refluxo faringolaríngeo, as rinites, as sinusites e as doenças alérgicas.

 

Se estiver doente poupe a sua voz
Se estiver “constipado” ou com uma infecção respiratória, poupe a sua voz.

Este cuidado é ainda mais importante nos profissionais da voz sobretudo se notarem o aparecimento de rouquidão.

A voz é a mais importante forma de comunicação com grande impacto nas relações sociais e na vida profissional. Só o seu uso correcto vai permitir ter uma “voz saudável” durante toda a vida. Assim “oiça a sua voz” ou melhor, “oiça o que a sua voz lhe quer dizer”.
As doenças mais frequentes
A maioria das alterações da voz são devidas a doenças que devem ser diagnosticadas o mais precocemente possível como por exemplo: laringites, lesões benignas das cordas vocais (nódulos, polipos e quistos), refluxo gastro-esofágico e faringo-laríngeo, utilização incorrecta da voz, paralisia das cordas vocais e cancro da laringe.

 

Laringite
A laringite aguda é uma inflamação das cordas vocais.

Habitualmente surge durante uma infecção viral do aparelho respiratório que provoca um edema das cordas, comprometendo a sua vibração e traduzindo-se por rouquidão. O melhor tratamento é o repouso vocal e a hidratação.

Como a maior parte destas infecções são devidas a vírus os antibióticos nem sempre são necessários.

Durante uma laringite aguda há que ter o maior cuidado com a utilização da voz, pois aumenta o risco de hemorragias, nódulos, polipos e quistos.


Lesões benignas
O uso incorrecto da voz, o esforço ou o abuso vocal, pode provocar o aparecimento de lesões benignas numa ou nas duas cordas vocais que interferem com a vibração, originando rouquidão, voz áspera e cansaço vocal.

As lesões mais frequentes são os nódulos vocais, também conhecidos por “calos” das cordas vocais. Habitualmente surgem nas duas cordas sensivelmente em frente um do outro.

O seu tratamento exige repouso vocal e reabilitação (terapia da fala), com a qual se procura melhorar a técnica vocal, reduzindo ou anulando o esforço e a tensão do aparelho fonatório.

Os polipos e os quistos são outras lesões frequentes e estão igualmente, relacionadas com esforços e abuso vocal. A cirurgia está indicada, articulada com a terapia da fala.


Refluxo gastro-esofágico e faringo-laríngeo
No refluxo, a acidez do estômago pode subir até à “garganta”, provocando, entre outros sintomas, rouquidão crónica ou intermitente, dificuldade na deglutição, sensação de corpo estranho, irritação e dor.

O refluxo faringo-laríngeo pode ser difícil de diagnosticar porque, em cerca de metade dos doentes, não existem queixas gástricas ou esofágicas, nomeadamente ardor retro esternal.

A existência de um refluxo é mais difícil de diagnosticar quando ocorre durante a noite. Nesta situação é frequente os doentes acordarem com uma “irritação na garganta”, rouquidão, sensação de desconforto faríngeo, sem conseguirem identificar a causa. A observação pelo Otorrinolaringologista vai esclarecer se estes sintomas são provocados pelo refluxo.


Utilização incorrecta da voz
A rouquidão, assim como as outras alterações, pode ser provocada por uma utilização incorrecta da voz ou, se quisermos, por uma má técnica vocal. É o que sucede quando se fala em tons demasiado agudos ou graves.

Uma técnica vocal incorrecta obriga a um esforço das cordas vocais e dos seus músculos originando a sensação de “fadiga vocal”. Os exemplos são vários – intensidade elevada da voz; voz percutida (ritmada); acentuação ou reforço da primeira sílaba de cada palavra entre outros.

A respiração é fundamental para uma voz “saudável”. Uma técnica respiratória incorrecta como sucede com a respiração centrada nos ombros ou no pescoço em vez de ser costodiafragmática ou abdominal, vai aumentar a tensão nos músculos do pescoço e da laringe, originando disfonia, associada ou não a outros sintomas (dor e cansaço vocal).

As alterações posturais podem também condicionar alterações vocais. Assim se utilizarmos o telefone apoiado no ombro pode-se provocar a contracção dos músculos do pescoço e da laringe o que vai alterar a qualidade da voz.

Paralisia das cordas vocais
A disfonia assim como outros sintomas, pode estar associada a alterações dos nervos e músculos da laringe sendo a situação mais frequente a paralisia ou a parésia (diminuição da mobilidade) de uma ou das duas cordas vocais. Se as duas cordas vocais tiverem a sua mobilidade comprometida, o que é raro, surge também falta de ar e respiração ruidosa.

A paralisia ou parésia de uma corda vocal pode ser provocada por uma infecção viral como surgir após uma intervenção cirúrgica. Em alguns casos a sua etiologia é desconhecida.

A paralisia de uma das cordas vocais, altera o espaço situado entre elas, provocando uma diminuição da intensidade da voz que se pode tornar fraca e soprosa.

A maior parte das paralisias unilaterais recupera expontaneamente por si só (meses); se a paralisia se tornar permanente, a cirurgia pode ser a solução.

Neste tipo de cirurgia, para a qual existem várias técnicas, vai reposicionar-se a corda vocal paralisada, procurando-se aumentar a sua vibração.

A reeducação vocal (terapia da fala) é efectuada tanto no pré como no pós operatório. Noutros, a terapia da fala é mesmo o único tratamento.

A opção terapêutica está dependente da natureza da paralisia da corda vocal e das alterações da voz.

Fonte: http://www.diamundialdavoz.com

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