Distúrbio do processamento auditivo central, a doença da incompreensão
16 de maio de 2011Preguiçoso, distraído, desinteressado, “enrolão”, manhoso e “diferente” foram alguns adjetivos atribuídos ao filho da professora Mônica Aviani pelas colegas de profissão que acompanhavam o garoto em sala de aula desde os primeiros anos na escola. Desesperada com a situação e suspeitando da existência de um problema por trás do comportamento da criança, Mônica procurou uma explicação médica. Suspeitas de dislexia, disgrafia e transtorno do deficit de atenção e hiperatividade (TDAH) foram levantadas. Os tratamentos para cada mal diagnosticado resultavam em algumas — poucas — melhoras no quadro, mas logo estagnava. Aos 11 anos, Emanuel Aviani Curi não conseguia ler nem escrever.
“Quem é mãe pode imaginar a minha agonia. Cansei de ouvir que meu filho era inteligente, mas não conseguia evoluir na escrita e na leitura por malandragem”, lembra. O diagnóstico correto veio depois de muita persistência: Emanuel era vítima do distúrbio do processamento auditivo central (DPAC). “Cheguei a castigá-lo. Professores e médicos que desconheciam o problema falavam que eu tinha que ser linha-dura. Foi muito triste, até encontrar uma psicopedagoga, que mostru-se fundamental para o enfrentamento da situação. Hoje, meu filho tem 13 anos, está alfabetizado e tenta recuperar o tempo perdido”, relata.
O DPAC é um problema reconhecido pela medicina há apenas 15 anos. O transtorno afeta a capacidade de compreensão do indivíduo. A pessoa detecta os sons normalmente, mas não os interpreta, é como se fossem apenas ruídos. Quando relegados à própria sorte, a alfabetização não é bem-sucedida, porque os estudantes não entendem o que o professor fala, não são capazes de escrever, interpretar textos e compreender o enunciado de problemas. No Brasil, pouquíssimos profissionais da saúde e da educação estão capacitados a lidar com o distúrbio, deixando as crianças reféns da própria incapacidade e do desconhecimento alheio.
A psicopedagoga Carla Silva, coordenadora do Núcleo de Pesquisa e Atendimento ao Aluno com Diagnóstico de DPAC do Centro de Apoio ao Surdo (CAS) do Distrito Federal, profissional que socorreu Mônica, é uma das poucas no país dedicada a reabilitar estudantes com o problema. “Iguais ao Emanuel, existem muitas crianças. Quando chegam ao CAS, a maioria passa por um diagnóstico errado, inclusive de deficiência mental. É uma tristeza, porque são meninos e meninas inteligentes e completamente reabilitáveis”, observa.
Segundo Carla, os principais sintomas do DPAC são a dificuldade de memória de curto prazo, falta de entendimento, pouca concentração e incapacidade de leitura e escrita. Passando por um processo de reeducação, no entanto, os estudantes desenvolvem rotas alternativas de aprendizado. A demora no diagnóstico pode gerar comorbidades, como dislexia, TDAH e distúrbio do deficit de atenção — justamente as suspeitas levantadas para a situação de Emanuel. “A abordagem multidisciplinar permite que o paciente aprenda a desenvolver mecanismos diferentes e rotas alternativas para driblar seu distúrbio, o que não ocorre com os outros problemas. O tempo de reabilitação, assim como a gravidade do DPAC, é variável”, sustenta Carla.
Ouvido saudável
O problema dos pacientes com DPAC não é no ouvido, mas no sistema nervoso central. O processamento do estímulo sonoro não é feito corretamente e a decodificação é lenta. “O papel do professor é fundamental. O aluno com DPAC precisa sentar-se na frente. O professor deve articular devagar com esse estudante, falar olhando para ele. Quando isso não ocorre, a criança fica dispersa ou hiperativa, torna-se um problema para a turma”, alerta Carla Silva.
As crianças com DPAC sofrem tanto que a autoestima delas fica completamente afetada. A garotada se sente incapaz perante os colegas. O pequeno Lucas Gonçalves Ramos, 9 anos, também teve dificuldade desde que entrou na escola. “Ele não conseguia copiar, emendava palavras, não lia e não acompanhava a turma. Eu ia conversar com as professoras e elas achavam que ele tinha preguiça, que uma hora ia deslanchar. Isso não ocorreu antes do diagnóstico (aos 8 anos) e da reabilitação”, lamenta a mãe do menino, a dona de casa Cristina Gonçalves dos Anjos. “Lucas chorava, se escondia e ficou um ano sem ir à escola. Persisti, procurei clínicas particulares, porque, se fosse esperar atendimento público, meu filho estaria sem diagnóstico até hoje. Embora atrasado em relação à idade escolar, ele está superando o problema graças ao tratamento e ao acompanhamento psicopedagógico”, considera.
Os mesmos dissabores de Lucas foram vivenciados por Akemi Yokozawa Vasco, 12 anos. “Ficamos completamente perdidos, buscando respostas que demoraram a vir. Minha filha foi diagnosticada com deficit de atenção. Tomou medicamentos fortíssimos por cinco anos e nunca melhorou, porque esse não era o seu problema”, lamenta o empresário Valdir Cordeiro Vasco. Akemi não conseguia copiar nada durante a aula. Para levar as tarefas feitas, a mãe precisava ligar para outras mães e resgatar o que ela perdera.
Os professores não entendiam o que se passava, porque reconheciam em Akemi uma aluna esforçada. Muitos pais também têm dificuldade e preconceito em aceitar que o filho é vítima de distúrbio de aprendizagem. “Nós não desistimos e enfrentamos. Ela chegou a questionar a própria existência. Depois que passou pelo acompanhamento multidisciplinar, seguiu em frente e já recebeu alta. Akemi foi até condecorada na escola por seu desempenho e esforço”, conta Ivone Yokozawa, mãe da menina.
Hipóteses
A neuropsicóloga Ana Fonseca explica que não se sabe ao certo como o DPAC é desencadeado. Uma corrente de pesquisadores acredita que infecções do ouvido médio (que impedem o cérebro de receber adequadamente os estímulos sonoros); lesões nas vias de condução; doenças neurodegenerativas; males como rubéola, sífilis e toxoplasmose; ou mesmo alcoolismo e dependência química materna podem promover o transtorno. Nada, contudo, ainda foi provado cientificamente. “Não acredito que seja um distúrbio adquirido. Acho que o bebê já nasce com DPAC. O diagnóstico é consolidado pela fonoaulogia com testes especiais que descartam outros problemas. Não há exames de imagem que aponte danos nos neurônios, por exemplo. A avaliação do neuropsicólogo, entretanto, é fundamental para a indicação do tratamento”, avalia Ana, especialista pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
A neuropsicóloga pondera que não se pode falar em cura, mas lembra que o cérebro é um órgão com capacidade plástica impressionante, que se molda a novos estímulos. “Exatamente por isso, a terapia multidisciplinar pode reabilitar o paciente totalmente, proporcionando uma vida normal ao estudante, mas para isso é preciso um trabalho em equipe com fonoaudiólogo, neuropediatra, neuropsicólogo e psicopedagogo”, especifica.
A fonoaudióloga Lana Bianchi explica que a alteração no processo auditivo central descaracteriza a qualidade do som. Como consequência, a criança que está em processo de aquisição de aprendizagem sucumbe a essa dificuldade. “O neuropediatra faz uma investigação cerebral, a psicóloga, a avaliação mental e o fonoaudiólogo, todos os testes de audição e do processamento auditivo. Nós reabilitamos as habilidades auditivas. O psicopedagogo ensina a criança a usar o que foi reabilitado”, aponta.
Formação de profissionais
É uma unidade da Escola de Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação do Distrito Federal (Eape), criada em 1997 para promover a formação continuada de professores e pedagogos da rede pública de ensino. Além de oferecer aprendizagem da linguagem específica e currículo para necessidades especiais, o CAS também oferece atividades que propiciam a inclusão, interação social e desenvolvimento psicossocial. Os profissionais ligados ao CAS foram pioneiros em lidar com crianças vítimas do DPAC no DF. Pela Eape, eles produzem material didático para esses estudantes e treinamento para pedagogos que se interessam pelo assunto.
Fonte: Correio Braziliense
16 de maio de 2011
Boa tarde! A matéria traz uma luz para os problemas que enfrento com meu filho.
Achei muito interessante a similaridade das reações exemplificadas. Há algum tempo tenho tentado tratamento para meu filho, com suspeitas de TDAH. Contudo todos exames apresentam normalidade. Solicito uma orientação e gostaria de agendar uma consulta. Sei que em Brasília tem o CAS, mas não consegui contato.
Quem souber informar, agradeço.
18 de maio de 2011
Estou precisando dos contatos do CAS ou do Eape, para um diagnostico de meu filho. Ele tem 11 anos e desde dos 7, é diagnosticado como dislexo, só q
18 de maio de 2011
só que toma ritalina e não vejo nenhum progresso, fiquei muito esperançosa quando vi essa reportagem, mas não consigo contato algum. Onde se localiza o Centro de Apoio aos Surdos? Por favor me ajudem, estou aguardando
23 de maio de 2011
como é dificil que as pessaos entendam o que é DPAC. Meu filho tem 9 anos, foi diagnosticado a 1 ano e em minha cidade não se sabe muito sobre isso, assim como os pais sitados acima, não me conformei com o rótulo de menino mal-criado e fui atrás do diagnóstico. parece que estou me vendo ao ler os depoimentos acima. Me sinto tão angustiada quanto ainda mais por ser professora e não estar conseguindo lidar com isso.
26 de maio de 2011
Sou representante do Movimento em defesa das pessoas com DPAC. O Movimento tem sede em Brasília, mas procura fazer rede nacional e atender as dúvidas e somar conhecimentos.
Nosso contato é [email protected]
30 de junho de 2011
Boa Tarde, nossa parece que acabei de ler a historia de que eu e minha filha estamos passando hoje, agora depois de 2 anos de luta ela acaba de receber o diagnostico do PAC e agora vou correr atras do tempo perdido.
preciso de muitas informações e espero contar com a ajuda desse site.
Grata,
1 de julho de 2011
VI OS COMENTÁRIOS, ENTENDO CADA MÃE , POIS TAMBÉM PASSO O MESMO PROBLEMA COM O MEU FILHO DE 10 ANOS, TEM DIAGNÓSTICO DE PAC E AINDA TEM LATERALIDADE CRUZADA, MAS VEJO QUE OS PROFESSORES NÃO SABEM O QUE É ISSO.E NOS COMO MÃE VIMOS QUE OS NOSSOS FILHOS SOFREM COM ISSO. E OS COLEGAS FAZEM PIADINHAS COMO CHAMAR DE LERDÃO E OUTROS.ME PASSA INFORMAÇÕES TAMBÉM.
9 de julho de 2011
SOU PROFESSORA DE ALUNO COM ESTE DIAGNÓSTICO FEITO PELA FONOAUDIÓLOGA. ME INTERESSEI PELO ASSUNTO, POIS , NÃO SEI COMO TRABALHAR EM SALA DE AULA PARA AJUDAR MEU ALUNO. ELE É REPETENTE E VEJO GRANDE INTERESSE DA PARTE DELE EM APRENDER.
OBRIGADA PELA ATENÇÃO!!
6 de novembro de 2011
me vi nesta reportagem, tão esclarecedora, pois fiquei tanto tempo sem saber como lidar com o meu filho, cobrando tanto dele. Ele foi diagnosticado há pouco e ele mesmo quer melhorar vejo isso nele, está com 10 anos.
27 de novembro de 2011
PARCIPEI DA PALESTRA SOBRE O DPAC, SOU PROFESSORA E TENHO MEU FILHO COM DIAGNÓSTICO DE DPAC. ENDENDO CADA DIFICULDADE ENFRENTADA POR TODOS VOCÊS. MINHA SUGESTÃO É QUE PROCUREM OS PROFISSIONAIS CERTOS PORQUE O MERCADO E OS PLANOS NOS OFERECEM MUITOS , ´PORÉM SEM EXPERIENCIAS.ISSO TEMLEVADO AO DESESPERO DE MUITOS PAIS E DE MUITOS PROFESSORES.
PAIS, NAO ENTERROMPAM O TRATAMENTO.
Mantenha-se informado sobre o assunto e procure os direitos dos seus filhos e faça com que a escola respeite os direitos do seu filho.
27 de novembro de 2011
Correção das palavras no comentário anterior. PARTICIPEI / ENTENDO/ MANTENHAM-SE/ EXPERIÊNCIAS/ TEM LEVADO
DIGITEI NO ESCURO PARA QUE MINHA FILHA NÃO ACORDASSE. PERDÃO PELA FALHA.
29 de novembro de 2011
Me vi nesta reportagem , realmente é muito dificil ver seu filho com dificuldade e vc não saber como ajudá-lo. Pior é ouvir os comentários feito por pessoas que se dizem “educadores”, mas sequer procuram informações sobre o problema.
Aproveitando a oportunidade parabenizo a professora Adriana, que fez um comentário em 09/07/2011 mostrando-se interessada em ajudar seu aluno… Se todos fossem assim!
26 de maio de 2012
tenho uma filha de 11 anos sempre sofreu na escola cheguei a puni-la algumas vezes pela faltade enteresse, ate ir buscar ajuda de uma profissional psicopedagoga que descobril o dpac.Agora ela faz terapia com a psicopedagoga e fonoaudiologia, masa em relaçao a escola as vezes penço que nao ha um preparo para lhe dar com essa situaçaom nao sei o que fazer para exigir da escola uma atitude correta
27 de março de 2014
tenho um filho de 15 anos desmotivado de estudar por nao conseguir acompanhar as materias,tentei muito ajuda-lo mas nao consegui nenhum diagnostico. Rafa minha filha de 10 anos começou com mesmos problemas mas com uma agravante trocas na fala, estou levando na fono descobri q ela tem dpac e deslexia, estamos no inicio do tto espero q ajude. vou levar o jean p fazer os exames tbem, mas é muito dificil pois o sus nao nos da suporte nenhum.
25 de maio de 2014
Me identifiquei muito com essa matéria, minha filha de 14 anos foi diagnosticada com DPAC aos 7 anos, fez tratamento com fono por muito tempo, e passou por psicopedagoga tbm, mas infelizmente esses tratamentos são muito caros,fico de mãos atadas, não sei o que fazer, sou de Campinas- SP, alguém sabe se consigo algum especialista aqui na Unicamp ?
1 de agosto de 2014
Tenho esse problema, estou em tratamento. Tenho 56 anos e só descobri a mais ou menos um ano.Sofri na escola para dominar os conteúdos e hoje que percebo o quanto foi difícil. O que me deixa triste é o preço do tratamento.
28 de agosto de 2014
Meu filho de 8 anos é diagnosticado com DPA, mais infelizmente professores e escolas não estão dispostos a ajudar, e muito menos a solucionar, arrumar uma estratégia para aprender. Precisamos de socorro, precisamos de ajuda.
1 de outubro de 2014
Minha filha Julia foi diagnosticada á 2 meses,com DPAC,ela está com 8 anos,desde 4 anos sofro com o rótulo que fizeram dela na escola,as professoras diziam que ela era inteligente,más não queria saber de nada,tudo que falava com ela,ela ficava voando e nem dava atenção para professora,outras diziam que ela era mal educada,que eu não a ajudava em casa,o que sei que nada disso era verdade,ela tinha muita vontade de aprender e eu de ensinar,más eu não entedia porque ela não aprendia,uma coisa eu sempre tive certeza,minha filha precisava de ajuda,eu lutei muito com o próprio pai dela que dizia que eu estava arrumando problema para ela,pois ela era muito inteligente,não tenho dúvida disso também,más algo atrapalhava sua aprendizagem e eu como mãe tinha certeza disso.Depois de levar em vários profissionais e eles dizerem que era somente TDAH,tratando e não vendo melhoras,resolvi depois de ser alertada pela professora dela que graças a Deus é um anjo que caiu em nossas vidas que eu deveria ir atrás de outros profissionais,então ocorreu uma mudança rápida em nossas vidas em pouco prazo,ela está sendo medicada pela neuropediatra,acompanhada pela psicopedagoga e psicólogo e vai começar o tratamento com a fonoaudiologia daqui 10 dias,estou aliviada que descobrimos o que acontece com a Júlia,más não estou tranquila quanto ao tratamento que é muito caro,vamos ter que ir a Uberlândia a 250Km da minha cidade(Patos de Minas,MG) para fazer o tratamento,pois na minha cidade não descobriram e nem tratam esse problema,então resumindo:não tive apoio escolar até que tivesse sorte com professora desse ano,o neuropediatra e psicóloga tratavam sem diagnostico certo,não tenho ajuda financeira de governantes até agora,e me disseram que provavelmente não vou consigui,vou lutar muito ainda,más não vou desistir,quero dá a ela o direito de aprender como muitas Júlias que sabem ler e escrever.
14 de outubro de 2014
Boa noite! Lendo os relatos a cima me identifiquei muito, tenho um filho de 7 anos que está com dificuldades de apreender a ler e escrever… Trato com psiquiatra e foi diagnosticado com transtorno do deficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e com suspeita de dislexia foram levantadas, fazendo novos exames com outro especialista, me solicitaram o exame processamento auditivo, confesso que me assustei e recorri a internet, assim que cheguei ao site que por minha surpresa relata tudo que o meu filho está passando. Gostaria de saber mais sobre o assunto e tratamento adequado, e se o plano de saúde cobre esse exame que é muito caro. Aguardo retorno… “socorro mãe desesperada”.
16 de outubro de 2014
Boa noite! É muito importante a pesquisa dos pais. Por experiência não faço mais nada que me mandam fazer sem pesquisar antes(Principalmente remédios). Minha filha hoje tem 10 anos,mas já gastei muito dinheiro sem soluções. Este tratamento é possível com fonoaudiólogo(BOM, QUE ENTENDA DO ASSUNTO), psicopedagogo (BOM, QUE ENTENDA DO ASSUNTO). Aprendi por experiência que o profissional precisa ser bom conhecedor do DPAC para ajudar pais, professores e principalmente a criança. ESTA RICA INFORMAÇÃO ACIMA E TAMBÉM TODOS OS COMENTÁRIO, FIZ CÓPIA E LEVEI A EQUIPE DA ESCOLA, POIS ELES NUNCA OUVIRAM FALAR(E é uma excelente escola!!). É uma das minhas alternativas para ajudar que entendam a minha filha e até mesmo levá-los a curiosidade do fato. Caxias-RJ
19 de fevereiro de 2015
Este texto começa descrevendo meu filho agora com 10 anos, ele teve otite repetitiva nos primeiros meses de vida. Esta sendo tratado com ritalina, ano passado ele encontrou um anjo de professora que o ajudou muito. Mas agora ele esta no 6 ano ( estudou até o 5 ano em escola do estado onde não existe repetencia) ele esta perdidinho não consegue acompanhar , me ajudem pois não sei o que fazer.
3 de março de 2015
Meu filho, agora com 09 anos, foi recentemente diagnosticado com DPAC, o que foi um alívio para mim, considerando que estamos há 4 anos tendo muitas dificuldades com ele na escola. Os profissionais da educação, em sua maioria, ainda não tem conhecimento deste distúrbio. Meu filho sempre estudou em escolas particulares que não tinham o mínimo de preparo para lidar com crianças com qualquer dificuldade escolar e estão quase sempre preocupadas apenas com os números. O que quero dizer com isso? As escolas particulares, com raras exceções é claro, são um comercio, e como tal, precisam estar bem colocadas nas pesquisas(conhecidos como rankings), para demonstrar, em aspectos quantitativos, que são as instituições responsáveis pelo ensino dos melhores alunos (ou até “as melhores cabeças”, como muitas vezes gostam de se referir aos estudantes). E elas fazem isso porque muitos pais ainda procuram essa educação de metas, que tratam todos os alunos de maneira igual e valorizam a competição desde as séries iniciais. Fico muito assustada com essa geração e agora procuro cada vez mais ensinar aos meus filhos a se valorizarem com indivíduos únicos, conhecerem e respeitarem seus limites. Estou aprendendo a cada dia que TODOS podem chegar no seu objetivo dentro dos seus limites e com as suas características próprias. Mas vejo que muitos profissionais da educação não enxergam dessa maneira. Infelizmente vejo que vou ter que lutar muito para que meu filho tenha um atendimento da escola que possibilite o melhor desenvolvimento possível para ele. Tive ótimas orientações no CAS/DF, e tenho sorte de estar acompanhada de uma equipe de psicopedagogas na escola, estamos já com uma fono e uma psicopedagoga, mas sei que a caminhada será longa. Estou sempre me policiando para não sucumbir às pressões dessa sociedade desumana e torcendo para que o governo invista mais nos nossos educadores, dando a eles condições para transformar nosso ensino para educar pessoas e não cabeças. Adorei o site e estarei sempre por aqui.
15 de julho de 2015
Boa tarde!
Acabei de descobrir essa dificuldade na minha filha e eu estou totalmente confusa e perdida,mas de uma coisa eu sei jamais vou desistir da minha filha e vou lutar com ela até o fim. Que Deus nos acompanhe Amém.
30 de março de 2016
Boa tarde!
Bem, o DPA chegou recentemente ao Brasil(acho que em 1999), por isso muitos profissionais não conhecem esse distúrbio.
É preciso tratamento com fono especializada, neuro e psicopedagogo.
Lógico, que pelo estresse de ver os amiguinhos avançando e a criança com DPA não, gera uma baixa-estima e precisa também de ajuda psicologica para ajudar no emocional.
O meu filho tem 10 anos, e depois de tomar ritalina por quase quatro anos sem avanço no aprendizado, especificamente leitura, uma prima disse que o priminho dele com TDAH está tratando com sucesso,com um homeopata e sugeriu que fizéssemos o mesmo. Busquei na internet e só encontrei uma neuro homeopata que logo na primeira consulta, ao saber que ele teve otite por repetição na primeira infância, pediu exame de PAC(Processamento Auditivo Central), com uma fono especializada. Suspeita confirmada!
Agora terá de fazer 15 sessões com fono, em cabine e seguir com fonoterapia por mais um ano, com acompanhamento da psicopedagoga. Meu filho sofreu muito e nós também, mas finalmente, nos resta uma esperança. O problema que o tratamento é caro mesmo e não tem no SUS.
18 de outubro de 2016
indicação para tratamento em são paulo
23 de novembro de 2016
Boa noite a todos.
Meu filho caçula hoje está com 24 anos, quando ele tinha um ano e meio percebi que ele demorou para andar, falar e conversei com a pediatra a respeito, já que meus outros dois filhos haviam desenvolvido essas habilidades com 9 meses, 01 ano, então fui encaminhada a uma neuropediatra, e daí para frente foi uma maratona terrível, meu filho praticamente serviu de estudo durante um ano por uma equipe de geneticistas na Santa Casa de SP, depois por um ano no Hospital das clínicas por uma equipe de neurologistas, passou também pela USP, Hospital são Paulo, Universidades e todos davam o mesmo diagnóstico: mãe seu filho vai aprender, mas no tempo dele, porque ele não tem uma doença que toma um remédio e sara, ou faz uma cirurgia e tudo bem, porque o caso dele é tão imperceptível que não tem diagnóstico, fiquei desesperada porque ele ia crescendo e como toda mãe, quer fazer algo a mais, e me preocupei mais em buscar solução na medicina, até que em 2002 fui morar em uma cidade perto de Campinas, e um dia conversando com uma vizinha ela me falou de uma Clinica na cidade, fui no outro dia e lá uma psicopedagoga e fonoaudióloga pediu o exame do processamento auditivo central e ele foi diagnosticado com Déficit de Decodificação, nesta época ele estava com 10 anos, mas mesmo durante esses 10 anos busquei por várias escolas especializadas e só encontrei pessoas desinformadas, tive muitas decepções, ele sempre estudou em escolas particular e eu sempre acompanhando, resolvi dar suporte além da escola, com terapias com fono, psicopedagoga, Kumon, natação, música e tive a sorte de encontrar uma professora que foi uma benção na minha e na vida dele, ele desenvolveu muito na escola com ela, a Apae também deu bastante apoio ingressando ele no mercado de trabalho, no momento ele está desempregado, mas é meu grande companheiro, carinhoso, até hoje me chama de mamãe deita no meu colo, me ajuda em casa, sabe pegar onibus sozinho, só preciso levar a primeira vez e ensina-lo, depois ele se vira, vai a feira ao mercado pra mim, sabe mexer em computador, celular, uma coisa percebi que quando ele acho algo interessante para ele, então ele procura aprender e quando não interessa à ele, ele não faz questão de aprender, por exemplo ele adora pão de queijo, aprendeu e faz um pão de queijo maravilhoso, meu único medo é que ele não tem malícia de coisas ruins como qualquer jovem da idade dele, essa é minha única preocupação e procuro estar sempre orientando , porque sei que não vou viver pra sempre, falam muito em inclusão social, igualdade, mas as pessoas não estão preparadas, só posso dizer à essas mães que deram seu depoimento acima, que não desistam de seus filhos corram atras, peçam forças e sabedoria a Deus, porque a caminhada é difícil mais vale a pena, se eu fosse contar tudo que passamos juntos nestes 24 anos, daria para escrever um livro.
Uma coisa aprendi: Deus só da filhos especiais à mães especias, porque ele sabe que elas são capazes de amá-los e ajudá-lo.
Fiquem com Deus.