Escutar zumbido é sinal de perda auditiva: procure um médico

29 de abril de 2013
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Muita gente pode achar careta ou “coisa de velho”, mas o protetor de ouvido é um acessório fundamental para a saúde da audição. Em situações de som muito alto, como festas ou shows ou até mesmo no trânsito, por exemplo, é importante ter consciência dos riscos e tomar algumas atitudes simples que podem evitar o zumbido e até mesmo danos futuros muito maiores para o ouvido.

De acordo com a otorrinolaringologista Tanit Sanchez, depois de uma festa, é muito comum que ocorra uma perda temporária da audição, geralmente acompanhada de um zumbido, reflexo de uma lesão no ouvido. Por isso, além do protetor auricular, é essencial também fazer pequenos intervalos de 5 a 10 minutos a cada hora para se afastar dos ambientes mais barulhentos.

Na maioria das vezes, o zumbido dura apenas algumas horas, o que faz a pessoa acreditar que é normal, quando na verdade, é um grande sinal de fragilidade auditiva e deve ser levado a sério. Caso o zumbido permaneça no dia seguinte, é fundamental procurar um médico o quanto antes porque a reversão desse quadro é mais provável no período de até 48 horas – se não tratado corretamente, pode ficar para sempre.
grafico1Porém, é importante alertar que o zumbido não é uma doença, mas um sintoma de diversas doenças diferentes. Existem casos de pacientes que o escutam apenas no silêncio ou quando prestam atenção em seus ouvidos, mas nem todos se incomodam.

Se incomodar, o zumbido pode atrapalhar bastante a qualidade de vida, inclusive a leitura, a concentração no trabalho e até mesmo o sono – principalmente no caso de pessoas que têm bruxismo ou problemas na articulação da mandíbula.

Fora a lesão isolada causada pela exposição ao som alto, existem diversas outras causas do zumbido – a mais comum é a perda auditiva, mas pode ser provocado também pelo envelhecimento, pressão alta, colesterol alto, diabetes, maus hábitos alimentares, otites, labirintites, tumores do nervo auditivo ou até mesmo depressão.

De acordo com Sanchez, vale ressaltar que a perda de audição não é “coisa de velho” e pode ocorrer muito antes da velhice. Estima-se que a perda auditiva comece a partir dos 30 anos, quando as células ciliadas vão se perdendo – danos irreversíveis. A partir dos 50 anos, a perda pode evoluir e fazer com que a pessoa tenha dificuldade no entendimento da fala, o que pode interferir em seu convívio social.

Já a relação da depressão com a perda auditiva é explicada pelo psiquiatra Orestes Forlenza – quem tem problemas de audição ou visão tem mais chances de desenvolver esse distúrbio, além da psicose tardia e também da demência. Segundo o médico, o ser humano é um ser social, que vive melhor em comunidade, por isso o isolamento por causa de uma limitação de sentido é um fator de risco para problemas mentais e cognitivos.

Por causa dessa relação, o tratamento da perda auditiva pode, inclusive, ajudar a melhorar o quadro desses distúrbios psicológicos. Para evitar essas conseqüências, a dica da otorrinolaringologista Tanit Sanchez é usar próteses auditivas, mas sempre com orientação médica.
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Fonte: G1

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