Fique atento para as principais causas de imunidade baixa
24 de agosto de 2015Impossível evitar: existem micro-organismos com potencial para transmitir doenças em todo lugar. Contudo, nem todas as pessoas irão ficar doentes, ainda que entrem em contato com o patógeno. Quem determina essa vulnerabilidade é o sistema imunológico, que pode estar forte ou mais enfraquecido a depender de diversos fatores. Conheça as causas mais importantes para a baixa imunidade e em quais situações esse quadro é reversível:
Medicamentos que suprimem a imunidade
Geralmente usados em pacientes com doenças autoimunes, rejeição a transplantes, alergias, doenças inflamatórias ou pacientes com neoplasias, os medicamentos corticoides e imunossupressores são os mais conhecidos por enfraquecer a imunidade. De acordo com a farmacêutica bioquímica Juliana Fleck, do Setor de Imunologia do Hospital Universitário de Santa Maria, essas doenças são causadas por uma reação exagerada do sistema imunológico – e a função desses medicamentos é justamente inibir os mecanismos de defesa do corpo, causando o alívio dos sintomas.
A consequência, no entanto, é a queda da imunidade de maneira geral, deixando o corpo mais suscetível a infecções oportunistas. “Os corticoides e imunossupressores são medicamentos comuns e úteis para diversos tratamentos, mas muita gente os utiliza de maneira rotineira, sem levar em consideração o risco de queda da imunidade”, explica o médico clínico de estratégia de saúde da família Hugo Luiz Fernandez, na UBS Silmarya Rejane Marcolino de Souza. Alguns anti-inflamatórios e analgésicos, como dipirona, diminuem o número de leucócitos na corrente sanguínea e podem causar esse mesmo efeito. “Citostáticos utilizados no tratamento de câncer e os anticorpos monoclonais para doenças reumáticas também diminuem as defesas do organismo”, completa o especialista.
TPM
Variações hormonais características dos ciclos menstruais podem afetar a função de diversas células do organismo, incluindo as do sistema imunológico. “Alguns estudos já demonstraram que respostas imunológicas podem variar conforme o período do ciclo, entretanto, tais variações não são claramente observáveis em todas as mulheres”, explica a imunologista Patricia.
A bioquímica Juliana explica que os níveis de progesterona aumentam na segunda fase do ciclo menstrual. “Este hormônio prepara o corpo da mulher para a gestação e possui um efeito imunossupressor, cuja função é impedir uma possível rejeição do feto no útero”, diz. Esse aumento da progesterona irá, portanto, inibir o sistema imune feminino, e algumas mulheres podem sofrer mais esses efeitos do que outras, ficando mais vulneráveis a infecções.
Má alimentação
Desde a antiguidade se observa que pessoas com hábitos alimentares saudáveis têm maior resistência contra doenças infecciosas e outras. Segundo a imunologista Patricia, a falta de nutrientes afeta o funcionamento das células. “E como as células do sistema imunológico são ‘notadamente’ sensíveis, um comprometimento de suas funções pode resultar em aumento de infecções”, diz. Um exemplo, afirma o especialista Hugo Luiz, são as proteínas, que atuam diretamente trazendo os aminoácidos necessários para fabricar os anticorpos. “A falta destes nutrientes na alimentação afeta seriamente a imunidade”, diz.
A farmacêutica bioquímica Juliana lembra outros nutrientes importantes para o sistema imunológico, como ferro, cálcio, zinco, selênio, as vitaminas A, E, C, D, complexo B, ácido fólico e antioxidantes como flavonoides, quercetina e glutationa. “Todos são necessários para efetivação da resposta imune no organismo, e só são obtidos por meio de uma dieta balanceada à base de frutas, legumes, verduras e fibras, além das proteínas”, afirma. A ingestão de água alimentos probióticos também é importante para suprir as necessidades nutricionais de manutenção do sistema imunológico.
Consumo de álcool
Para entender como a ingestão de bebidas alcoólicas consegue causar tantos danos, é preciso explicar o processo de metabolização do álcool – ou seja, como o corpo absorve, metaboliza e excreta essa substância. O órgão responsável por metabolizar o álcool é o fígado, no entanto, ele só metaboliza em média uma dose de bebida por hora – entenda uma dose como uma lata de cerveja (360ml), uma taça de vinho (100ml) ou de destilado (40ml). Se um indivíduo bebe seis latas de cerveja, por exemplo, o fígado irá levar as mesmas seis horas para eliminar todo o álcool presente no corpo. Enquanto o fígado está metabolizando a primeira latinha, o resto do álcool entra na corrente sanguínea, causando alterações e danos em diferentes órgãos.
O comprometimento prolongado dos nossos sistemas pode afetar diretamente a imunidade. Na tentativa de retomar o funcionamento adequado, nosso organismo trabalha em dobro – e os mecanismos de defesa podem não suportar essa carga. Como resultados temos a queda da imunidade.
Excesso de exercício físico
É sabido que a prática de exercícios físicos regulares pode ser benéfica para a função das células do sistema imunológico. “Entretanto, exercícios intensos podem levar a um aumento de processos inflamatórios e também a uma variação transitória de alguns tipos celulares importantes para a resposta imunológica”, afirma a imunologista Patricia. Atividades físicas extenuantes e de longa duração causam a liberação de hormônios do estresse, como cortisol e adrenalina, além de outras substâncias tóxicas que lesionam as células do sistema imunitário. Somente um especialista, como educadores físicos, pode avaliar se a intensidade e quantidade de exercício estão adequadas – qualquer dúvida, fale com um profissional.
Distúrbios do sono
Pessoas que não tem um sono adequado, com cerca de 6 a 7 horas por noite, podem ter seu sistema imunológico afetado. “A privação do sono diminui a quantidade e a função das células responsáveis pela imunidade”, conta a farmacêutica bioquímica Juliana. As consequências disso são maiores chances de contrair doenças infecciosas e a diminuição do efeito de vacinas. Doenças crônicas podem piorar ou aparecer com mais facilidade em indivíduos que dormem pouco, por exemplo.
Estresse prolongado
“Situações de estresse são geradoras de radicais livres em excesso”, explica Hugo Luiz. Entretanto, nosso corpo prevê essas alterações e consegue se recuperar nas situações que são passageiras, normais da rotina. Quando a tensão é crônica, o organismo não consegue mais administrar essas agressões. O equilíbrio do corpo é prejudicado com a ação dos hormônios do estresse. Como resultado, nossos órgãos passam a agir de forma errada e comprometem a regulação de doenças crônicas ou autoimunes, piorando as condições de saúde. “Esse poderia ser um dos processos responsáveis pela relativa baixa imunidade durante episódios de luto, ansiedade, guerras e catástrofes, em que os mecanismos de adaptação não respondem adequadamente”, completa o especialista.
Doenças
Algumas doenças afetam especificamente as células do sistema imunológico, que fica comprometido. “Um exemplo é a AIDS, ocasionada pela infecção pelo vírus HIV em linfócitos, que são células importantes para o funcionamento da imunidade”, lembra Patricia, da Sociedade Brasileira de Imunologia. Outras doenças que afetam o funcionamento do sistema imunológico são diabetes, câncer e alguns tipos de anemias. “Infecções bacterianas, virais, fúngicas e parasitárias podem levar a uma imunodeficiência transitória”, afirma Juliana Fleck. Outros exemplos de doenças que afetam o sistema imune incluem obesidade, desnutrição e deficiências nutricionais.
O tratamento adequado destes problemas mantém as células de defesa funcionamento plenamente, corrigindo a vulnerabilidade do sistema imunológico. Contudo, negligenciar os cuidados poderá piorar o quadro, levando à piora da imunidade.
Quimioterapia
Diferente da terapia com radiação, que atua de maneira localizada, a quimioterapia é um tratamento sistêmico – ou seja, age indiscriminadamente nas células do corpo, sejam normais ou cancerosas. “Os quimioterápicos agem sobre as células de multiplicação rápida, incluindo os organismos de defesa – por isso compromete a imunidade”, afirma Maria do Carmo. Alguns quimioterápicos entram na categoria dos imunossupressores, ou seja, comprometem diretamente na função dos linfócitos.
Contudo, ao cessar os tratamentos quimioterápicos, a pessoa tende a recuperar a imunidade quase na sua totalidade, uma vez que o número de células do sistema imunológico é restaurado. “Nos casos extremos, em que o uso foi prolongado ou a lesão foi severa, a imunidade fica pode ficar comprometida durante mais tempo”, explica o médico clínico Hugo.
Exposição à radiação
“Os efeitos das radiações sobre o sistema imunológico são bem conhecidos hoje e temidos também, até por quem trabalha com produtos radioativos ou raios-x”, afirma Hugo Luiz. Isso porque os tratamentos e exames com radiação podem atingir não apenas as células alvo, como também outras presentes no organismo. “Os linfócitos (anticorpos) são bastante sensíveis a radiação, por isso há uma diminuição do número dessas células no período seguinte ao tratamento”, explica a imunologista Patricia Savio de Araújo Souza, consultora Sociedade Brasileira de Imunologia. Entretanto, outras células importantes do sistema imunológico são mais resistentes à morte por radiação, o que costuma ser suficiente para que tais pacientes não estejam em risco de infecção tão aumentado. “Pode haver uma queda temporária na produção de células sanguíneas (anemia, baixa de glóbulos brancos e de plaquetas) quando o local da irradiação é uma área muito próxima à medula óssea”, explica a farmacêutica bioquímica Maria do Carmo Araújo, do Setor de Hemato-oncologia do Hospital Universitário de Santa Maria-UFSM.
Genética
Todas as funções orgânicas, incluindo o funcionamento do sistema imunológico, estão determinadas geneticamente. Portanto, indivíduos com uma tendência natural à baixa imunidade podem ter herdado essa condição dos pais, bem como transferi-la para os filhos. “Algumas características geneticamente determinadas podem comprometer a função de células especificas, levando, por exemplo, a um aumento de vulnerabilidade a infecções por determinados organismos, como as bactérias”, explica a imunologista Patricia. As funções do sistema imune também podem ser afetas por fatores ambientais, não ficando a cargo apenas da genética, portanto. Existem exames capazes de detectar essa predisposição genética à imunodeficiência, mas não são testes de rotina. “Há casos específicos em que os exames fazem parte do aconselhamento reprodutivo, por exemplo quando o casal tem grande risco de gerar um filho com depressão imunológica”, afirma o médico clínico Hugo. Segundo a farmacêutica bioquímica Maria do Carmo, pessoas com história familiar de imunodeficiência devem prestar atenção a essas infecções de repetição e procurar a ajuda médica.
Fonte: minhavida.com.br
19 de março de 2018
Espetacular o artigo e suas respectivas explicações. Ei convivo com esse problema há anos. Começou com um período de alimentação inadequada aliada a uma carga diária de estresse num malfadado relacionamento. Dai pipocou tudo. Ia em médicos e eles pediam exames de sangue e lá, já há mais de 5 anos assinalava um choque de leucócitos, com altas taxas ou baixas. E eu chamava a atenção dos médicos aqui da cidade e eles diziam que AQUILO NADA SIGNIFICAVA ou alguns chegavam a dizer que eu estava com a resistência baixa, quando num exame tive 3 tipos de anemia, além de 2 pneumonias que em 60 anos, nunca tive. MAS NUNCA ME TRATARAM. Eu nem sabia das drogas que podiam contribuir para o aumento da baixa imunidade e nem o que podia coibir isso. Aprendi agora e, acho eu, graças ao não consumo de álcool e a ter parado de fumar e a consumir meio que regular suplementos vitamínicos, me ajudou nisso. Hoje, com 67 anos de idade, o que mais me ataca são dores abdominais diárias e a psoríase, no rosto, mãos e pés. Então já salvei a página e vou disseminá-la entre as pobres criaturas que sofrem anos nas mãos de médicos incompetentes, que hoje se preocupam com o status financeiro e não com o doente. E vou seguir à risca as dicas contidas aqui. Muito obrigado e parabéns por este trabalho!