Fonoaudióloga fala sobre a paixão pela profissão e sobre os benefícios da audiologia

25 de junho de 2013
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A fonoaudiologia é a ciência que tem como objetivo de estudo a comunicação humana no que se refere ao seu desenvolvimento, aperfeiçoamento, distúrbios e diferenças, em relação aos aspectos envolvidos na função auditiva periférica e central, na função vestibular, na função cognitiva, na linguagem oral e escrita, na fala, na voz, nas funções orofaciais e na deglutição.

A atuação do fonoaudiólogo se estende a unidades básicas de saúde, ambulatórios de especialidades, hospitais, maternidades, consultórios, clínicas, domicílios, asilos, creches, berçários, escolas, universidades, empresas e nos veículos de comunicação como rádio, televisão e teatro.

É uma profissão que existe formalmente há mais de um século, tendo como referência em 1900 a primeira faculdade de fonoaudiologia do mundo, na Hungria. São sete as especialidades da fonoaudiologia reconhecidas pelo Conselho Federal (CFF), entre elas estão a audiologia, linguagem, motricidade, voz, saúde coletiva, disfagia e fonoaudiologia educacional.

O audiologista tem como papel fundamental a atuação durante a fases do processo de detecção, diagnóstico e intervenção das alterações auditivas e vestibulares. E foi nesta especialidade que a fonoaudióloga Carla Couto encontrou uma de suas maiores paixões.

Dra. Carla Couto

Dra. Carla Couto

Audiologista com formação pelo Núcleo de Tratamento e Estimulação Precoce da Faculdade de Medicina da UFC, atua no mercado há mais de uma década e relata a escolha pela área por ser a “audição” um dos sentidos mais importantes do ser humano, pois é fundamental para o desenvolvimento da fala, da linguagem e da aprendizagem de qualquer pessoa. “No primeiro ano de faculdade eu já sabia qual a especialidade iria seguir dentro da fonoaudiologia, mesmo antes de cursar as disciplinas específicas de áudio. Sempre procurei absorver o máximo de conhecimentos durante a minha formação. Tive a oportunidade de acompanhar alguns professores de audiologia em atendimentos fora da faculdade. Lembro que uma das experiências mais significativas que tive foi no período que frequentei hospitais públicos no subúrbio carioca fazendo diagnósticos com poucos recursos.”, explica.

Hoje, Carla atua na área de diagnóstico auditivo e vestibular nos setores público e privado. Segundo a fonoaudióloga, o diagnóstico auditivo precoce é uma das atuações mais fascinantes para um audiologista, pois permite a detecção de perdas auditivas em crianças logo depois do seu nascimento, possibilitando uma intervenção de imediato para que essa criança apresente pouco ou nenhum prejuízo de comunicação.

Segundo a OMS, cerca de 250 milhões de pessoas apresentam perda auditiva incapacitante, ou seja, 4,2% da população mundial. No Brasil, o número de pessoas que apresentam algum tipo de problema auditivo pode chegar aos 15 milhões, onde 80% desses casos ocorrem devido a fatores ambientais.

A perda auditiva deve ser investigada inicialmente pela triagem auditiva neonatal ainda na maternidade. No Brasil, a Lei Federal 12.303/2010 torna obrigatório e gratuita a realização da triagem auditiva em todos os hospitais e maternidades do país, o que infelizmente não acontece.

Depois de detectado algum problema na triagem auditiva, o bebê deve ser encaminhado para o processo de diagnóstico, onde será realizada a avaliação com o médico otorrino e os exames complementares com o audiologista. E se confirmada realmente a perda, a criança deve ser então encaminhada a um programa de intervenção precoce que poderá oferecer orientação familiar, uso de aparelhos auditivos implantáveis ou não e o acompanhamento com equipe multidisciplinar incluindo a terapia fonoaudiológica.

“Durante o processo de diagnóstico nos deparamos com a ansiedade dos pais à espera da notícia se seu filho é ou não surdo. Nos casos em que a perda é confirmada, procuro sempre conversar com essa família orientando que o portador da deficiência auditiva não é um indivíduo incapaz, mas precisa de apoio na fase que é mais importante da vida, a da aquisição da linguagem, para que chegue a fase adulta com uma qualidade de vida próxima ou igual a de um ouvinte normal”, afirma.

“Na minha profissão é gratificante encontrar jovens que são deficientes auditivos com os quais participamos no processo de diagnóstico e intervenção enquanto crianças e que hoje se encontram inseridos no âmbito social. A audiologia, portanto, é uma ciência complexa e apaixonante que me traz novos conhecimentos a cada dia. Posso afirmar que nasci para ser uma audiologista”, conclui Carla.

Carla S. Couto Fonseca é graduara em Fonoaudiologia pela UNESA/RJ. Pós-graduada em Audiologia pelo NUTEP-Universidade Federal do Ceará. Aperfeiçoamentos na áreas: Eletroficiologia da Audição pelo CEFAC/SP, CAO/SP, C.COSER/RS; Otoneurologia, Reabilitação Vestibular e Emissões Otoacústicas pelo CEFAC/SP e Voz-INVOZ. É Fonoaudióloga do Hospital Getúlio Vargas. Fonoaudióloga responsável pelo setor de Fonoaudiologia da Clínica e do Hospital Otorrinos. Fonoaudióloga do Programa Federal de Saúde Auditiva-APAC.

 
Revista + Saúde, Nº 7

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