HPV dobra risco de câncer de boca em homens, diz estudo

17 de fevereiro de 2016
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A contaminação pelo vírus papiloma humano (HPV) provocada pelo sexo oral está entre as principais causas de câncer de boca e garganta — os riscos de surgimento desses tumores aumentam em 22%, segundo estudo da Albert Einstein College of Medicine, nos Estados Unidos, divulgado no mês passado. Agora, uma nova pesquisa também norte-americana mostra que os homens são os mais ameaçados pelo micro-organismo: comparados às mulheres, eles têm o dobro de chances de desenvolver a doença quando infectados.

Segundo Gypsyamber D’Souza, epidemiologista responsável pela pesquisa, a hipótese é de que o sistema imunológico dos homens é mais frágil, o que os deixa com maior vulnerabilidade à infecção. Com a mesma quantidade de relações sexuais, eles têm maior probabilidade de serem infectados pelo HPV. “Nosso estudo mostra ainda que, entre os homens, o risco de uma infecção por HPV aumenta com o número de parceiros com os quais mantiveram sexo oral”, complementou D’Souza.

Nas mulheres, diferentemente, o número de parceiros recentes não aumenta a suscetibilidade ao câncer de garganta e de boca, indicam os resultados da pesquisa, apresentada, no fim de semana, na Conferência Anual sobre Avanços na Ciência (AAAS), em Washington. O estudo também mostrou que as com mais relações sexuais têm menos risco de contrair HPV durante essas práticas. O resultado, deduz D’Souza, sugere que a primeira exposição vaginal ao vírus confere uma proteção maior por detonar uma forte resposta imune ao invasor.

O HPV não causa diretamente as mutações responsáveis pelo câncer, mas provoca mudanças nas células que infectam a boca, a garganta e o colo do útero, favorecendo o surgimento de tumores. A estimativa, de acordo com D’Souza, é de que quase dois em cada três casos de câncer de orofaringe são provocados na maior parte dos países ocidentais pela infecção do HPV16, um dos tipos do micro-organismo. Segundo o Instituto Nacional de Câncer, há mais de 150 cepas de HPV. A 16 está entre as mais oncogênicas.

 

Matéria completa em Correio Braziliense

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