Insônia já tem traços de epidemia em países mais pobres
3 de agosto de 2012Aproximadamente 150 milhões de pessoas que vivem em países em desenvolvimento sofrem de problemas relacionados ao sono, fazendo com que esses distúrbios ganhem contornos de epidemia em regiões da África e da Ásia. Essas são as conclusões de um estudo feito na Universidade de Warwick, na Grã-Bretanha, e publicado na edição deste mês do periódico Sleep.
De acordo com os pesquisadores, a incidência de distúrbios do sono nesses países está se aproximando do número de casos em nações desenvolvidas, e isso se deve ao aumento dos casos de depressão, ansiedade e outros problemas de ordem emocional nessas regiões. Segundo o estudo, a taxa de problemas graves relacionados ao sono entre adultos desses países é de 16,6%. Em lugares como os Estados Unidos e o Canadá, essa porcentagem é de 20%.
Levantamento
Participaram do estudo cerca de 44.000 indivíduos maiores do que 50 anos de oito países da África e da Ásia (Gana, Tanzânia, África do Sul, Quênia, Índia, Bangladesh, Vietnã e Indonésia). Os pesquisadores analisaram características como qualidade do sono, saúde física e condições psiquiátricas. De acordo com os resultados, as mulheres mais velhas foram mais prováveis a apresentarem problemas graves de sono do que as mais jovens ou do que os homens.
“Nossa pesquisa revela que a incidência de problemas do sono nos países em desenvolvimento é muito maior do que se pensava. Isso é particularmente preocupante, já que as nações mais pobres enfrentam um problema duplo de saúde, que envolve o alto custo de tratamento de doenças infecciosas, como a aids, e também o aumento das taxas de problemas crônicos, como as doenças cardiovasculares e o câncer”, diz o coordenador do estudo, Saverio Strangers. O pesquisador ainda chama a atenção para o fato de que a maioria dos entrevistados vivia em áreas rurais — o que derruba a tese de que a insônia é um distúrbio tipicamente urbano.
O estudo foi apoiado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e financiado pelo Instituto Nacional de Saúde (NIH, sigla em inglês), dos Estados Unidos, e pelo instituto britânico Wellcome Trust.
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Fonte: Veja