Mais de 60% dos brasileiros têm alguma queixa sobre o sono

29 de maio de 2013
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Ter dificuldade para pegar no sono ou ter um sono superficial são problemas muito comuns no dia a dia dos brasileiros – segundo a neurologista e especialista em medicina do sono Andrea Bacelar, mais de 60% da população têm alguma queixa sobre o sono. Caso essa falta de sono persista, a pessoa pode até mesmo desenvolver um quadro de depressão, como explica o psiquiatra Daniel Barros. Porém, o uso de remédios para dormir não é a melhor solução porque, no caso dos tarja preta, por exemplo, o paciente pode se viciar e ficar dependente ou até ter efeitos colaterais – por isso, é preciso primeiro tentar meios alternativos para dormir melhor ou procurar um médico para orientar o melhor tratamento.

Como o sono é frágil, é importante evitar tudo que possa prejudicá-lo antes de dormir, como comer muito, tomar estimulantes como café ou até mesmo praticar algum tipo de exercício físico.

Depois, ao se deitar, a dica da neurologista é diminuir o barulho e baixar a luz do quarto para deixar o ambiente adequado para uma boa noite de sono. Além disso, ter um caderno ao lado da cama faz bem para anotar as preocupações do dia seguinte e esvaziar a mente.

Em relação aos medicamentos para dormir, eles não devem nem estar no quarto para não ter o risco de utilizá-los. Eliminá-los faz parte dessa “higiene” do sono proposta pela médica, mas não é tão simples quanto parece. Para o aposentado Fernando  Cunha, já são 10 anos de uso contínuo de tranquilizante para dormir – se ficar sem, ele começa a ficar nervoso, agitado e até mesmo tem falta de ar.

É o mesmo que acontece com a dona de casa Maria da Consolação, que recorre aos medicamentos para não passar a noite em claro. De acordo com a farmacêutica Simone Kelly Cordeiro, o ideal seria que os pacientes tomassem o remédio apenas em situações de crise e não de maneira prolongada para evitar a dependência. Segundo a enfermeira Maria Juliana de Santana, quem usa o medicamento por mais de 4 meses já pode se considerar dependente.

O principal risco, como alertou o psiquiatra Daniel Barros, é em relação aos remédios de tarja preta, que são os que causam essa dependência. Os medicamentos com tarja vermelha geralmente não viciam, mas ainda assim não devem ser usados em excesso.

Há ainda a opção dos produtos fitoterápicos, usados pelo professor Arthur Ferreira e sua mãe, Geni de Assis. Para pegar no sono, eles começaram a tomar um remédio fitoterápico indicado para insônia, ansiedade e irritabilidade. De acordo com a bula, esse produto não causa dependência e, por isso, não precisa de receita médica para ser comercializado. Porém, o resultado não foi o melhor para Arthur e Geni – eles ficaram menos ansiosos e irritados, mas a insônia não passou.

Ao contrário dos fitoterápicos, que não causam efeitos colaterais, os benzoadizepínicos, se usados de forma contínua por mais de um mês, podem gerar consequências sérias, como déficit cognitivo, tonturas, quedas e até mesmo alterações de memória, principalmente em idosos – por isso, esses medicamentos têm tarja preta.
No caso dos mais velhos, que têm o sono pior por causa do envelhecimento, a dica é a mesma: sempre tentar meios alternativos antes de recorrer a remédios para pegar no sono. Entre esses meios, está a “higiene” do sono, proposta pela neurologista Andrea Bacelar, a regularização do horário para deitar e até mesmo banhos mornos ou massagens antes de dormir.

Fonte: G1

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