Nova técnica deve aumentar a produtividade de antibióticos
8 de setembro de 2011A engenharia genética está ajudando os cientistas na busca por novos tipos de antibióticos. Uma pesquisa publicada nesta segunda-feira (5) pela revista científica “Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS)” mostrou um caminho que pode levar à produção mais eficiente dos medicamentos que combatem bactérias.
Grande parte dos antibióticos usados hoje é feita naturalmente por um grupo de bactérias chamadas Streptomyces. Por motivos comerciais, há anos os cientistas tentam aumentar a produtividade. O modo tradicional consiste em induzir mutações genéticas aleatoriamente e selecionar as cepas que tiverem mais sucesso.
Com o avanço da tecnologia, os pesquisadores descobriram que, em alguns casos, cópias repetidas de um determinado grupo de genes geravam aumento na produção. Num estudo passado, a equipe liderada por Mervyn Bibb, do Centro John Innes, da Inglaterra, descobriu 36 cópias repetidas que levavam a Streptomyces a produzir o antibiótico canamicina em maior quantidade.
“Isso nos sugeriu que a ampliação controlada e estável dos grupos de genes dos antibióticos poderia ser possível e, se fosse, seria uma ferramenta valiosa para construir cepas de bactérias comerciais com alta produtividade”, afirmou Bibb.
A partir daí, os cientistas conseguiram transferir para a bactéria Streptomyces coelicolor os genes necessários para que ela passasse a produzir um antibiótico chamado actinorodina em grande quantidade. No estudo apresentado pela PNAS, esse antibiótico se mostrou eficaz contra a bactéria Escherichia coli.
Os pesquisadores acreditam ainda que o novo sistema pode levar à descoberta de outros novos tipos de antibióticos, já que o trabalho com o genoma da Streptomyces é amplo. O desenvolvimento desses novos medicamentos é importante, já que, cada vez mais bactérias se tornam resistentes aos remédios disponíveis.
Fonte: iG