O que é a dislexia?
12 de agosto de 2011A maioria das pessoas pensa que a dislexia faz com que alguém veja palavras ou frases de forma inversa, ou que induz a pessoa a trocar a letra “b” pela “d”. Mas isso é só uma das formas de dislexia conhecidas, no caso a fonética.
A dislexia, também conhecida como distúrbio do desenvolvimento da leitura, afeta a capacidade da pessoa de compreender a linguagem escrita ou a oral e, em alguns casos, ambas. Em outras palavras, é um distúrbio geral de aprendizado, relacionado à linguagem. Tarefas e atividades que nos são familiares, como escrever uma lista de compras, ler o jornal ou um livro, podem ser problemáticas para as pessoas disléxicas. Estudos recentes sugerem que entre 15% a 20% da população tem algum tipo de deficiência de leitura e, nessas pessoas, cerca de 85% têm alguma forma de dislexia.
Embora as doenças do cérebro possam causar a dislexia e outros distúrbios de leitura como discalculia e disgrafia, (veja o box ao lado), pesquisas médicas indicam que, para a maioria das pessoas, estes são resultados de uma disfunção (e não doença) do cérebro. Estudos de imagens de cérebros mostraram que os cérebros dos disléxicos se desenvolvem e funcionam diferentemente dos cérebros de pessoas que não são disléxicas. Além do mais, a dislexia pode ser herdada. Em muitos casos, descobre-se que um ou ambos os pais de uma criança disléxica também sofrem desse distúrbio de aprendizado.
A dislexia afeta um grande número de pessoas. Ela pode se manifestar de várias maneiras de pessoa para pessoa. Alguns sinais comuns que devem ser pesquisados em crianças mais novas, são:
- dificuldade para pronunciar palavras;
- não ser capaz de fazer a conexão entre letras e sons;
- dificuldade de aprender o alfabeto, números, ou outras importantes listas sequenciais como a os dias da semana;
- dificuldade em ver as horas.
Os mais velhos e crianças em idade escolar, podem apresentar alguns dos seguintes sintomas:
- dificuldades em soletrar, soletrando freqüentemente a mesma palavra de maneiras diferentes;
- reverter sequências de números e letras, ou trocar símbolos matemáticos;
- não gostar ou evitar leitura em voz alta;
- dificuldades para escrever;
- ler com dificuldade acima da esperada para seu nível escolar;
- ter dificuldades para memorizar.
Não é raro a dislexia ser diagnosticada durante o colegial ou até mesmo em adultos. Alguns sinais a serem observados nessas idades são:
- dificuldade em organizar seu tempo;
- problemas em soletrar palavras corretamente;
- ser mais hábil na linguagem oral que na escrita, ou evitar completamente a escrita;
- não ser capaz de compreender conceitos abstratos;
- dificuldades em responder questões abertas em provas ou em entrevistas;
- problemas com planejamento e organização;
- dificuldades em resumir ou estruturar pensamentos.
Os indivíduos podem mostrar qualquer um desses sinais, ou outros possíveis sintomas. O fato de alguém apresentar alguns deles, no entanto, não significa que a pessoa tenha dislexia. A pessoa deve passar por uma série de testes antes do diagnóstico. Um consultor educacional qualificado, um terapeuta ou outro especialista, aplicará uma bateria de testes para avaliar soletração, matemática, desenho, seqüenciamento, acuidade visual e capacidade de exploração.
Muitas crianças com dislexia relatam um sentimento de inadequação – sentir-se “burro”. É importante notar que pessoas muito inteligentes podem ser disléxicas. Na realidade, muitas pessoas que têm dislexia se sobressaem em áreas que não exigem grandes habilidades de linguagem. Há uma quantidade de pessoas notáveis nos campos da ciência, entretenimento, esportes e política que são disléxicas.
Outros distúrbios de aprendizagem
Fonte: The International Dyslexia Association
Distúrbios de aprendizado como a dislexia são para toda a vida, o que significa que nunca desaparecerão. Um tratamento que tem alcançado sucesso conta com uma abordagem de ensino estruturada e multisensorial. Estudos sugerem que o processo de aprendizado para disléxicos é aperfeiçoado quando os sentidos auditivo, visual e tátil podem ser combinados na experiência de aprendizado de alguém. Essa abordagem, desenvolvida pela combinação dos métodos do Dr. Samuel Torrey Orton com os de Anna Gillingham, tem sido usada por mais de 50 anos. A detecção e a intervenção precoces são fundamentais de forma que os jovens disléxicos possam aprender a compensar suas deficiências ao chegar à idade adulta. No entanto, isso não significa que disléxicos mais velhos não possam se beneficiar de outras formas de tratamento. Não importa em que idade, se você suspeitar que tem algum distúrbio de aprendizado que atrapalha o seu desempenho escolar ou profissional, uma boa idéia é passar por uma avaliação com pessoal especializadas.
Alguns disléxicos famosos
- Fred Astaire
- Alexander Graham Bell
- Cher
- Agatha Christie
- Winston Churchill
- Tom Cruise
- Leonardo da Vinci
- Thomas Edison
- Albert Einstein
- Fannie Flagg
- Danny Glover
- Whoopi Goldberg
- Bruce Jenner
- Magic Johnson
- Jay Leno
- Edward James Olmos
- Neil Smith
- George Washington
- Woodrow Wilson
- Henry Winkler
Fonte: HSW