O teste que vale a vida

17 de agosto de 2009

Um teste simples feito 48 horas após o nascimento do bebê pode detectar se o recém-nascido tem algum problema auditivo e evitar problemas na fala e no aprendizado da criança. A avaliação é rápida, indolor e importante para toda a vida da pessoa. Conhecido popularmente como teste da orelhinha, a Emissão Evocada Otoacústica existe desde os anos 90, mas até hoje poucas maternidades públicas brasileiras realizam o exame, mesmo com a vigência de leis dispondo sobre a obrigatoriedade. Hoje, cerca de 150 locais em 19 estados realizam a triagem auditiva. O problema é que, dessas unidades, só 20 são maternidades públicas. A média brasileira de diagnóstico de surdez está em torno dos três a quatro anos de idade. O que é tarde, se for levado em consideração que uma criança com problemas auditivos deve começar a utilizar o aparelho de correção até os seis meses para não ter nenhum comprometimento depois. Sem áudio, a criança apresenta déficit cognitivo irreparável. Dados da Organização Mundial de Saúde indicam que 10% da população mundial apresentam algum problema auditivo. No Brasil, estima-se que existam cerca de 15 milhões de pessoas com algum tipo de perda auditiva. No Censo de 2000, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 3,3% da população responderam ter algum problema auditivo. Aproximadamente 1% declarou ser incapaz de ouvir. O exame é tão ou mais importante do que o conhecido teste do pezinho. O teste da orelhinha deve ser realizado até o terceiro mês de vida. É nesse período que o bebê começa a captar os estímulos sensoriais sonoros que ajudam no processo da fala e na aprendizagem. A incidência de perda auditiva é estimada de um a três de cada mil nascimentos saudáveis. Comparativamente, o teste do pezinho tem uma alteração menor, de um em cada dez mil nascimentos. Quando se constata a deficiência auditiva, é necessário fazer outros exames para saber qual o grau dessa perda e o tratamento mais adequado. Para os bebês internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), o teste é realizado na própria unidade, evitando deslocamento do recém-nascido. Não existe medicamento para o problema, por isso é necessário a prótese. O ouvido humano é um órgão que distingue 400 mil sons. Segundo a fonoaudióloga Ieda Chaves Pacheco Russo, diretora da Academia Brasileira de Audiologia, é pelo ouvido que se adquire e mantém o sistema estruturado na linguagem. “Hoje, as maternidades colocam à disposição o serviço e as mães pagam pelo teste. O ideal é que o exame fosse obrigatório e gratuito”, defende. Fonte: Correio Braziliense Edição: F.C.

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