Pessoas que dormem de 7 a 8 horas têm a dieta mais saudável

8 de fevereiro de 2013
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Diversos estudos já demonstraram a relação entre o sono e a saúde. Dormir poucas horas por noite, por exemplo, está associado a um risco maior de obesidade e de doenças cardiovasculares e psiquiátricas. Dormir demais, no entanto, também é considerado prejudicial para o desenvolvimento físico e mental. Agora, um novo estudo da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, analisou uma nova vertente dessa relação. Segundo a pesquisa, aquelas pessoas que dormem a quantia recomendada de horas por noite (sete a oito horas) são também aquelas que consomem a maior variedade de alimentos.

Para realizar o estudo, que será publicado no periódico Appetite, os pesquisadores utilizaram dados de 2007 e 2008, provenientes da Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição (National Health and Nutrition Examination Survey — NHANES), financiada pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).
O levantamento inclui dados demográficos, socioeconômicos, nutricionais e de saúde. Os 4.548 participantes foram divididos em quatro grupos, de acordo com as horas de sono diárias: “muito pouco” (menos de 5 horas), “pouco” (5 a 6 horas), “padrão” (7 a 8 horas) e “muito” (9 horas ou mais).
Quantidade e qualidade
Em relação à quantidade de calorias (kcal) ingeridas, os dois grupos extremos — o que dormia nove horas ou mais e o que dormia menos de cinco —, consumiram as menores quantidades de calorias (1.926 kcal e 2.036kcal, respectivamente).

O grupo considerado normal ingeriu 2.151 kcal, enquanto aqueles que dormiam pouco consumiram a maior quantidade, 2.201 kcal – de acordo com o Guia Alimentar para a População Brasileira (Ministério da Saúde, 2006), a ingestão média diária de calorias para um brasileiro saudável é de 2000 kcal.

As pessoas com o sono de duração normal foram aquelas que consumiram a maior variedade de alimentos, seguidas por quem dorme pouco e por aqueles que dormem muito. A menor variedade de alimentos foi ingerida pelos participantes que dormiam muito pouco.

Foram encontradas diferenças nutricionais entre os grupos, mas elas eram guiadas por nutrientes-chaves. Pessoas que dormiam muito pouco consumiam menos água, licopeno (encontrado em alimentos de cor vermelho alaranjada) e carboidratos. Aqueles que dormiam pouco ingeriam menos vitamina C, selênio (micronutriente de frutas secas e carne) e água, mas consumiam mais luteína (caroteóide ligado à coloração amarelo-limão) e zeaxantina (encontrada nos vegetais amarelos, alaranjados, vermelhos e verdes).

Já quem dormia mais ingeria menos teobromina (substância encontrada no chocolate e no chá), ácido dodecanóico (um tipo de gordura saturada), colina (nutriente que faz parte do complexo B de vitaminas) e carboidratos, além de mais álcool.

Segundo Michael A. Grandner, integrante da equipe de pesquisadores, não é possível, no entanto, inferir pelos resultados do estudo se é a alimentação que influencia o sono, ou se é o sono que influencia as escolhas nutricionais. “A principal descoberta é o fato de que as pessoas que dormem de 7 a 8 horas têm a dieta mais saudável. Isso sugere que quem se alimenta melhor provavelmente tem quantidades mais saudáveis de sono”, afirma Grandner.
Fonte: Veja

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