Ronco pode provocar derrame cerebral

8 de abril de 2011

Causador de insônia em cônjuges, de transtornos na respiração como a apneia, culpado por noites mal dormidas, sonolência e cansaço diurno, o ronco é mais do que um distúrbio do sono ou problema social. Trata-se de um inimigo mais sério do que parece que pode gerar consequências no roncador como a arterioesclerose de carótida. “A carótida é um importantíssimo vaso sanguíneo. Atingida pela vibração do ronco, ela pode se machucar e apresentar coágulos, o que pode terminar em derrame”, explica Dr. Eduardo Rollo Duarte, especialista em Odontologia do Sono.

A pesquisa foi publicada pela Academia Americana de Medicina do Sono no ano passado, (Heavy Snoring as a Cause of Carotid Atherosclerosis. Sleep, September 1, 2008) mas ainda assim não serviu de alerta para a maioria dos roncadores. “As pessoas ainda relacionam o ronco como um distúrbio comum e simples, sinônimo de sono profundo”, explica Dr. Eduardo. “Na verdade, quem ronca dorme mal, pois se mantém em estado de semialerta durante toda a noite, e não tem sono reparador.”. A solução é uma só: tratar o ronco. Existe tratamento e a Odontologia do Sono veio agregar novos métodos para solucionar o problema, como a placa oral.

Em sua tese de doutorado para a Universidade de São Paulo, o médico apresentou a placa intra-oral adaptada a materiais como silicone e aço inoxidável. “Ainda é novidade para muitas pessoas. Em consultório, tenho tratado pacientes que nunca tinham ouvido falar na placa. Todos satisfeitos após a utilização do aparelho”, diz Rollo.

A Odontologia do Sono defende a integração das áreas da medicina, pois todas elas se interligam em torno de um mesmo distúrbio, como é o caso do ronco. A Medicina do Sono ainda não indica pacientes para dentistas que podem trabalhar com o tratamento. “Isso acaba evitando que muitos pacientes tratáveis com a placa, não busquem essa opção e desistam de máscaras ou procedimentos cirúrgicos por serem muito invasivos”.

O Tratamento no Dentista

As placas são próteses ou aparelhos nos dentes feitos especificamente para o paciente com distúrbios do sono, um método altamente eficaz para eliminar o problema. “Primeiramente, peço um estudo detalhado que pode ser feito em Clínicas de Exame do Sono, cujo responsável é um médico do sono. Com esse diagnóstico, temos condições de saber os níveis de ronco e se existem outros distúrbios do sono presentes, como a própria apneia ou o bruxismo.”, explica o especialista.

O aparelho oral é confeccionado de acordo com o tipo de arcada dental de cada indivíduo. Existem vários tipos de aparelhos, escolhidos após uma avaliação das condições orais e faciais que incluem um exame odontológico completo da boca, dos dentes e gengivas, dos músculos da face e da mastigação e articulação da mandíbula – a ATM.

“Com o aparelho, o ar vai passar por uma garganta ou via aérea mais aberta, livre da resistência provocada pelo relaxamento dos músculos aumentados nos indivíduos com ronco e apneia do sono”, finaliza.

Fonte: Floter & Schauff

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