Sorvete é ameaça? Veja mitos e verdades sobre doenças respiratórias

6 de julho de 2015
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Assim que o tempo esfria as mães já alertam os filhos para vestirem um casaco. Mas será que ficar agasalhado impede mesmo o contágio da gripe? E tomar um chá quente? Será que ajuda? Ficar exposto ao ar condicionado provoca doenças respiratórias? No inverno a incidência de problemas respiratórios aumenta. Isso acontece porque com a queda da temperatura as pessoas tendem a se aglomerar em ambientes fechados, o que facilita a transmissão de micro-organismos. É essa transmissão que provoca doenças e não o frio.

As crianças são as mais afetadas pelas doenças desencadeadas durante essa época do ano. Já que elas ainda não têm defesas imunológicas resistentes, como explica o virologista Celso Granato, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). “Ao longo da vida, vamos tendo várias infecções e esse repertório evita que peguemos a mesma outra vez. Dessa forma, adquirimos uma certa resistência que o bebezinho ainda não tem.”

No caso do ar-condicionado não é a sensação de frio que ele produz que favorece a proliferação de doenças, mas o fato dele deixar o ar mais seco o que resseca a mucosa, responsável por defender o organismo da entrada de bactérias para os pulmões. “O ar-condicionado se estiver mal cuidado vai acumular fungos e bactérias que podem provocar doenças,”, afirma o pneumologista Alberto Cukier, do Hospital das Clínicas da FMUSP.

Tomar sorvete também não influencia no contágio de gripes e resfriados. “É muito comum se confundir doenças como faringite sinusite e rinite com resfriado e gripe. Mas essas duas últimas são transmitidas de uma pessoa para outra, não tem como pegar essas doenças tomando um sorvete”, diz o Dr. Paulo Henrique Feitosa, membro da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT)

Outro mito comum sobre doenças respiratórias é que quem sofre com esses problemas não pode praticar exercícios físicos. Mas as atividades fazem parte das recomendações médicas para melhorar a qualidade de vida do paciente. “Quem tem asma e pratica exercícios regularmente tende a controlar melhor as crises do que aquele que não pratica. A ressalva é que se o paciente é crônico e tem muita dificuldade pode precisar de atividades com orientação profissional para dosar os exercícios”, diz o pneumologista João Marcos Salge, do Hospital do Coração, em São Paulo.

Quanto ao chá e as bebidas quentes não há comprovação de que eles auxiliem no combate à gripe ou a doenças respiratórias. No entanto, o vapor da bebida pode provocar uma redução no desconforto da congestão nasal.

 

Fonte: uol.com.br

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