Viajar pede cuidados com vacinas e doenças infecciosas

22 de dezembro de 2014
oto

Se preparar para uma viagem nem sempre é fácil: não basta só arrumar as malas e pronto. Dependendo do destino, vale ficar atento para a carteirinha de vacinação, medicamentos contínuos que você tome e as doenças vigentes no local. E no caso do Brasil, não é necessário nem mudar de país – se locomover para região norte ou mesmo alguns estados do centro-oeste já demandam alguns cuidados.

Pensando nisso, conversamos com especialistas em medicina do viajante e separamos as dicas mais importantes. Confira:
Check-up médico

Antes de viajar, principalmente se você for passar semanas fora, é importante marcar uma consulta médica e certificar-se de que você não está com nenhuma doença ou sintoma que exige atenção. Além disso, o médico poderá orientar sobre a prevenção de doenças, a depender do local de destino. Existem os médicos de viagem, que atuam especificamente neste segmento. “Os riscos avaliados pelo médico de viagem incluem violência, acidentes, doenças da altitude, doenças de mergulho, malária, dengue, diarreia, doenças de pele e outras ameaças que podem variar conforme o estado ou país visitado”, diz a infectologista Melissa Mascheretti, membro do Departamento de Medicina de Viagem da Sociedade Brasileira de Infectologia. De acordo com a especialista, Ásia, África e América Latina são as regiões que oferecem maior risco. “Por isso é importante obter informações sobre o local de destino antes de viajar e consultar um profissional da saúde capaz de avaliar o risco de adoecer e propor medidas de prevenção”, afirma. A realização do check-up é especialmente indicada para indivíduos portadores e doenças crônicas, uma vez que eles precisam mantê-las sob controle durante a estadia.
Vacinas

Existem vacinas recomendadas e vacinas obrigatórias, indicadas conforme as características do destino, do tipo de viagem e do viajante. “Independente da viagem, as vacinas que fazem parte do calendário nacional de imunização devem estar atualizadas: poliomielite, tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) e pentavalente (difteria, tétano, coqueluche, Hib e hepatite B)”, explica a infectologista Melissa. Outras vacinas, como febre amarela, raiva, meningococo e influenza são indicadas em situações particulares após avaliação do risco de exposição do viajante.

A vacina contra a febre amarela é a mais conhecida pelos viajantes e é indicada para aqueles que se deslocam para países onde a doença ocorre – América Latina e África. “No Brasil, por exemplo, ela é recomendada para pessoas que se deslocam para as áreas de matas e rios das seguintes regiões: todos os Estados da região Norte e Centro-Oeste, parte da região Nordeste (Maranhão, sudoeste do Piauí, oeste e extremo sul da Bahia), região Sudeste (Estado de Minas Gerais, oeste de São Paulo e norte do Espirito Santo) e região Sul (oeste dos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul)”, mostra a especialista. As pessoas que viajam para lugares que necessitam de vacina devem fazê-lo caso ainda não tenham se vacinado ou o fizeram a mais de 10 anos.
Obtenha a prescrição de medicamentos

“O viajante que faz uso contínuo de medicamento deve levar para a viagem a quantidade de remédio necessária e uma quantidade extra para eventuais imprevistos”, alerta a infectologista Melissa. Junto dos medicamentos, o paciente também deve levar a receita médica, o relatório com o diagnóstico da doença e a justificativa do uso do medicamento. “Caso o destino seja fora do país, recomenda-se que sejam feitos em língua inglesa.”
Faça uma pesquisa sobre o destino

O infectologista Jean Gorinchteyn, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, afirma que é importante verificar quais são as características do país ou estado que você vai visitar, para tomar as devidas precauções. Lugares mais quentes e com alta incidência de mosquitos, por exemplo, pedem cuidados com protetor solar e repelente contra insetos. Já os locais muito frios podem demandar uma busca por casacos grossos ou botas. Além das vacinas que você deverá tomar, é importante saber das doenças mais comuns daquele lugar, fora os hábitos culinários, transporte e etc. Fique atento também aos produtos que você poderá comprar durante a viagem e aqueles que valem a pena deixar na mala. Tudo isso deixará você mais preparado para a viagem e pronto para encarar qualquer problema.
Viajar na vigência de doença infecciosa

Caso esteja doente antes de viajar, procure um médico. “Só ele poderá avaliar o risco da viagem para o viajante”, afirma a infectologista Melissa. De acordo com a especialista, o médico avaliará o risco individual, ou seja, se a doença pode se agravar durante a viagem pondo em risco a vida do viajante. “Avaliará também o risco de outras pessoas contraírem a doença no caso das transmissíveis, como sarampo, catapora, influenza entre outras.” Além disso, você poderá precisar da prescrição de medicamentos, ou se informar sobre aqueles que poderão ser comprados no local de destino, caso você precise.
E se eu adoecer durante a viagem?

Ao apresentar sintomas de doença, o viajante deve procurar o serviço de saúde mais próximo. Caso você esteja no Brasil, procure uma unidade do Sistema Único de Saúde (SUS), pois estas atendem o país inteiro. Procure também se informar sobre seu plano de saúde e quais estados ele atende. Se você viajou para outro país, pesquise com antecedência os hospitais próximos a sua hospedagem que atendem estrangeiros e também verifique se seu plano de saúde é aceito naquele local. Obter um seguro de viagem também pode ser uma alternativa para resolver questões de saúde com mais facilidade durante a viagem. Caso você queira mais informações sobre saúde do viajante no exterior, acesse: www.istm.org.
Chegando em casa, fique atento aos sintomas

Os viajantes podem adoecer durante a viagem ou no retorno ao seu local de origem. “As doenças infecciosas são as mais frequentes e deve-se estar atento aos sinais e sintomas com febre, diarreia, tosse, lesões na pele, entre outros”, explica a infectologista Melissa. Se o destino for regiões de transmissão de doenças tropicais, especialmente dengue e malária, é importante informar o profissional de saúde que você viajou para esses locais. Existem também os serviços especializados em atenção à saúde do viajante no Brasil.
Fonte: Minha Vida

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