Você sabia que o espirro pode chegar a uma velocidade de 160km/h?

18 de fevereiro de 2014
espirro

“O espirro é um mecanismo de proteção contra estímulos que irritam o nariz e que estão presentes no dia a dia. Por isso, a velocidade com que ele expele os irritantes ácaros, pólens e até bactérias, deve ser alta. A cada espirro são liberadas mais de 40 mil partículas”, conforme Rodolfo Scalia, membro da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia.

Ao espirrar eliminamos secreções e limpamos as vias aéreas, portanto não é recomendado que a pessoa segure o espirro pois a pressão feita pela velocidade com que ele se manifesta, se volta para dentro da cabeça podendo provocar tontura e até mesmo inflamação (sinusites, otites), por manter dentro das vias aéreas a secreção que seria expelida.

A otorrinolaringologista Carolina Mello do Grupo Hospitalar Conceição, no Rio Grande do Sul, vinculado ao Ministério da Saúde, explica o que pode acontecer quando a gente prende o espirro. “O que acontece é que ele não é eliminado e isso vai gerando um acúmulo progressivo da secreção dentro do nariz. Isso facilita que esse acúmulo se estenda para os seios da face e possa causar uma sinusite. Então, o ideal é que realmente o espirro ocorra normalmente e que, além disso, seja feita uma higiene nasal, de preferência com soro fisiológico para eliminar bastante a secreção que está se acumulando no nariz”.

 

Você sabia que através do espirro se transmitem muitas doenças preveníveis por vacinações?

Gripe,varicela (catapora), sarampo, caxumba (papeira), rubéola, tuberculose, hanseníase, difteria (crupe), meningites, pneumonias, coqueluche (tosse de guariba) constituem-se doenças transmitidas pelas secreções do nariz que são eliminadas pelo espirro.

Conforme o Dr Bellesi, médico infectologista e imunoalergologista da Climep, “quando uma pessoa é imunizada, além de protegida, protege as pessoas de seu entorno, ao deixar de transmitir doenças. O exemplo mais comum é o da gripe, mas vale para as outras doenças imunopreveníveis: uma pessoa infectada pelo vírus da gripe o transmite para outras dez pessoas, que o transmitem para outras cem, mil e assim numa cadeia de progressão geométrica. Uma pessoa imunizada não é infectada, não hospeda e não transmite o vírus para dez, cem, mil pessoas. Daí, que manter atualizada a vacinação constitui-se cuidado socialmente correto; não estar vacinado corresponde a um risco para o seu próximo, as pessoas de seu convívio”.

 

Crenças e fatos culturais sobre o espirro

Em 400 a.C. o general ateniense Xenofonte fez um dramático discurso estimulando os seus soldados a segui-lo, para libertar a Grécia, ou morrer lutando contra os persas. De repente, um soldado espirrou violentamente. Achando que aquele espirro tinha sido um sinal dos deuses, os soldados aclamaram Xenofonte e obedeceram às suas ordens.

Outro momento divino do espirro para os gregos ocorreu na história de Ulisses (narrada por Homero, no seu poema épico Odisseia). Ele, disfarçado de mendigo, conversou com sua esposa Penélope. Ela disse a ele, (sem saber de quem se tratava), que Ulisses iria retornar em segurança para desafiar seus pretendentes. Neste momento o filho Telêmaco, deu um sonoro espirro e Penélope riu, afirmando que isto era um sinal positivo dos deuses.

No Japão, as pessoas acreditam que o espirro ocorre quando elas estão sendo mal-faladas pelas costas.

Na Índia, é uma crença comum que alguém que espirra inesperadamente está sendo lembrado por uma pessoa querida. A maioria dos indianos considera o ato de espirrar saudável e a incapacidade de espirrar é motivo de preocupação.

 

O espirro e o rapé
Houve época em que espirrar era considerado saudável e até elegante e, para provocar o espirro, usava-se o rapé. Na ilustração, vê-se uma fina caixa de rapé do século XIX. O rapé (do francês râper, “raspar”) é o tabaco em pó para inalar. Aspira-se com força, fazendo com que o pó entre pela narina e, em seguida, vem o espirro. O rapé, em tempos passados, era o grande estimulante do nariz. O hábito de consumir rapé era bastante difundido no Brasil, até o início do século XX. Era visto de maneiras contraditórias: às vezes como hábito elegante, outras vezes como vício. Há menções ao hábito em obras de Machado de Assis e de Eça de Queirós.

 

Respostas aos espirros mundo afora

No Brasil, o mais comum é alguém dizer “Saúde!” depois que uma pessoa espirra. Há também quem diga ”Deus te salve!”. Em Portugal, é comum responder com “Santinho!” ou “Viva!”. Nos países de língua inglesa se diz “ Godblessyou!” (“Deus te abençoe “). Em Italiano, fala-se “Salute!”. Em Espanhol, se usa “Salud!” ou “Jesús!”. Em Porto Rico, é comum se falar “Dinero!” e “Amor!”. Em Alemão, fala-se “Gesundheit!” (que significa “Boa saúde para você!”). Em Hebraico, se fala “Labriyut!”, que significa “À sua boa saúde!”. Em países escandinavos é comum se falar “Prosit!”. Em algumas partes da Índia, a resposta para um espirro é “Viva Bem!”. No Sul da Índia é costume abençoar a pessoa que espirrou. Nos países árabes, a pessoa que espirra geralmente agradece a Deus dizendo “ Alhamdulillah!” (“Bendito seja Deus!”), Quem está perto da pessoa que diz isso responde “Yarhamukallah!” (“Deus derramará sua benção sobre você!”). Isso só é feito no máximo 2 vezes, já que no 3º espirro o espirrador ouve de alguém “Afaakallah!” (“Alá irá curar você!”). Na China, um espirro terá como resposta “Yǒurénxiǎngnǐ!”, que significa “Alguém está pensando em você!”. Em países de língua francesa, a resposta para um primeiro espirro é “À tessouhaits!”, que significa “ Para os teus desejos!”, (no sentido de “que os teus desejos se realizem!”). Um segundo espirro é respondido com “À tesamours!” (‘Para os teus amores!’) e um terceiro com “À tes enfants!” (‘Para as tuas crianças!’).

 

Saúde!

Por uma questão de saúde e boa educação nunca se esqueça de tapar a boca e o nariz ao espirrar (de preferência com um lenço descartável), ou então fazer isso numa direção onde não haja ninguém (uma janela aberta, por exemplo). Se não dispuser de um lenço e tiver que tapar o espirro com as mãos, não se esqueça de lavá-las cuidadosamente, depois, para não espalhar a secreção que pode contaminar quem está em volta.

Fonte: http://sportlife.terra.com.br/index.asp?codc=2057

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